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Dez anos do adeus ao ídolo Roberto Dias

No dia 26 de setembro de 2007, faleceu o craque dos tempos de ferro e concreto

por Arquivo Histórico do São Paulo FC

Há dez anos, a coletividade são-paulina perdia um dos maiores bastiões da história do clube com o falecimento de Roberto Dias, autêntico craque e ídolo por tudo o que jogou e representou para os tricolores no árduo período de construção do Estádio do Morumbi, nos anos 60.



Filho de ex-jogador de futebol (Osvaldinho, ponta da Portuguesa Santista, SPR e Comercial da Capital), Roberto Dias Branco era são-paulino desde pequeno, quando morava no Canindé e convivia com o Tricolor no mesmo bairro. De família humilde, não tinha condições de comprar uma bola para jogar na rua, mas a técnica que possuía lhe comprava uma vaga: era sempre o primeiro a ser escolhido pelo dono da pelota.

Com 16 anos, em 10 de março de 1959, Dias entrou nas categorias de base do São Paulo, realizando um sonho. No começo, o jogador mal recebia uma ajuda de custo – ganhava, entretanto, leite, carne e ovos, que entregava para a mãe, Leni. Todo o esforço foi rapidamente recompensado. Rapidamente estreou no time principal do Tricolor (como amador) e, ainda em 1960, Roberto foi convocado pela CBD para participar da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de Roma. Lá, formou o meio-campo do time canarinho com outro futuro craque: Gerson.

A década de 60, para o São Paulo, foi sofrida. O clube dedicava-se para terminar a construção do gigante estádio do Morumbi, sozinho, e passava por um longo período sem títulos. Mesmo assim, pela grande qualidade que detinha, Roberto Dias foi o grande ícone da torcida são-paulina naquele período. A reposição de bola era sempre com ele, que a lançava onde bem queria. Era também um ótimo cobrador de faltas e muito hábil com a redonda nos pés: são famosos os chapéus que aplicava em Pelé, que o reconhecia também como o seu melhor marcador.

Em 1966, chegou a ser um dos pré-convocados para a Copa do Mundo, mas não foi relacionado para a lista final que foi à Inglaterra. No ano seguinte, superando o fato, foi eleito o “Atleta do Ano”. Em 1970, o fim de jejum de títulos: Campeão Paulista, ao lado de Gerson, Toninho Guerreiros e ouros craques. O feito se repetiria no ano seguinte, mas não do jeito ideal. Roberto Dias não entrou em campo em nenhum jogo, pois em 29 de novembro de 1970, o jogador sofreu um infarto. Ficou afastado do futebol por quase dois anos, fazendo somente dois jogos durante esse tempo. Pouco depois deixou o Tricolor e obteve destaque jogando no México, onde foi treinado por Mauro Ramos de Oliveira, no Jalisco.

Aposentado, voltou ao São Paulo para treinar garotos no clube social, em 1987, o que fez com maestria até sofrer um novo problema cardíaco, em 25 de setembro de 2007. Roberto Dias faleceu no dia seguinte, mas o nome dele se perpetuou na história do São Paulo, mesmo em um dos períodos mais difíceis do clube.

Jogos importantes ou memoráveis

15.08.1963. Campeonato Paulista. Pacaembu. São Paulo 4 x 1 Santos. A famosa partida em que o Santos de Pelé abandonou o jogo, fugindo de uma goleada maior. Roberto Dias não marcou, mas foi a figura central do Tricolor, seja coordenando o ataque do time, na distribuição de jogo, seja na marcação ao camisa dez santista, que, irritado por ser anulado em campo, acabou expulso pelo árbitro, ainda no primeiro tempo. Após o quarto gol são-paulino, aos seis minutos do segundo tempo, os adversários começaram a simular contusões e assim, com número inferior ao mínimo permitido de atletas em campo, o juiz deu a partida por encerrada.

30.05.1964. Copa das Nacões. Maracanã. Brasil 5 x 1 Inglaterra. Nessa partida, Roberto Dias marcou seu único gol com a camisa da seleção brasileira, de falta. Enquanto Gerson e Pelé, os cobradores oficiais de falta daquele time, discutiam sobre quem executaria a cobrança, Dias ficou à espreita e, quando menos esperavam, chutou com força para o gol. E que gol!

20.03.1965. Torneio Rio-São Paulo. Pacaembu. São Paulo 3 x 0 Fluminense. Dois gols de primeira linha de Roberto Dias na partida. No primeiro, quando o Tricolor já vencia por 1 a 0, Dias recebeu passe no meio do campo, avançou pela direita, passou por dois marcadores, atravessou a grande área e quase na linha de fundo, sem ângulo, chutou cruzado com força. A bola passou sobre o goleiro e estufou às redes! No segundo tento, Dias foi lançado pelo meio, dominou a bola, driblou Procópio, ameaçou chutar em um canto e bateu no outro, não dando chances ao goleiro Castilho.

10.12.1972. Campeonato Brasileiro. Morumbi. São Paulo 2 x 0 Palmeiras. 21 minutos do segundo tempo, 0 a 0 no placar e Pedro Rocha sofreu uma falta na intermediária, um tanto longe do gol. Roberto Dias, cobrador oficial de faltas do Tricolor para curta e média distância, se postou para bater aquela falta longínqua. Era uma jogada ensaiada entre ele, Terto e Paraná. O goleiro adversário, Leão, imaginando o lance, não pediu barreira. Dias tomou muita distância e saiu correndo, contudo, quando ergueu a cabeça viu que os colegas são-paulinos não fizeram o combinado. Sem saber o que fazer, continuou. Resolveu bater na bola com toda a força. A pelota saiu com uma velocidade incrível, rasante, e entrou no canto direito das traves: um verdadeiro golaço!

ROBERTO DIAS
Roberto Dias Branco

Defensor


Nascimento: 01/01/1943, São Paulo (SP)
Falecimento: 26/09/2007, São Paulo (SP)

Clubes

1959-1973 São Paulo
1973-1973 CEUB-DF
1974-1977 Jalisco-MEX
1978-1978 Dom Bosco-MS
1978-1978 Nacional-SP

Carreira

527 jogos pelo São Paulo FC (502 como titular)

246 vitórias, 143 empates, 138 derrotas

78 gols marcados

2 títulos

Estreia: 05/05/1960. São Paulo (SP). Estádio do Pacaembu. Portuguesa 2 x 0 São Paulo

Último jogo: 29/07/1973. São Paulo (SP). Estádio do Morumbi. São Paulo 0 x 0 Santos

Títulos conquistados pelo São Paulo FC: Campeonato Paulista de 1970 e de 1971*

27 jogos pela Seleção Brasileira (23 como titular)

14 vitórias, 8 empates, 5 derrotas

1 gol marcado

1 título

Estreia: 26.04.1963. Paris (FRA). Estádio Colombes. Brasil 0 x 2 Racing Paris

Último jogo: 17.12.1968. Rio de Janeiro (RJ). Estádio do Maracanã. Brasil 3 x 3 Iugoslávia

Títulos conquistados pela Seleção Brasileira: Copa Rio Branco de 1967**

*Sem jogar.

**Título dividido com o Uruguai após três partidas empatadas no país vizinho.






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