Em 2010, Richard mergulhou na cobrança de três pênaltis e saiu como herói do título do São Paulo na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Sua atuação foi destacada, comentada e o jogador colocado como o futuro da meta do Tricolor. Mas lá havia nada mais que Rogério Ceni encabeçando uma lista de goleiros experientes, mas com pouca oportunidade de substituir o maior ídolo da história do clube.

A falta de espaço colocou Richard, 26 anos, em um revezamento quase anual de times. De 2010 até agora, passou pelo América-SP, Paulista, Rio Claro, Operário e Água Santa até chegar em 2017 ao Paraná Clube, mas em uma situação complicada. O goleiro desembarcou às pressas para substituir Léo, que havia sofrido uma grave lesão no crânio após dividida com Fred, do Atlético-MG, pela Primeira Liga.

- Saí sempre pela oportunidade de jogar, pois com o Rogério seria difícil, um ídolo do clube e uma referência pra todos. Hoje vejo o quanto foi importante esses momentos, que saí emprestado para outros clubes, lembra ele.

Richard se adaptou bem ao Paraná Clube e foi herói do time no empate em 1 a 1 com o Flamengo, nas quartas de final da Primeira Liga. Pegou tudo o que podia durante o jogo garantindo o placar que levou a decisão aos pênaltis, quando defendeu duas cobranças. Nas partidas da Série B, ele também está por trás da boa defesa do clube, que sofreu 19 gols e é a terceira melhor do campeonato.

- No meu caso, sair emprestado sempre do São Paulo foi uma escolha. Muitos falavam que tinha que ficar e esperar minha oportunidade, mas o desejo de jogar sempre falou mais alto. Vejo hoje o quanto isso foi importante para minha carreira, completou.

O goleiro encontrou no Paraná Clube um bom ambiente, como destaca, e também uma referência em sua posição. Do alto de seus mais de 300 jogos pelo Paraná clube, o goleiro Marcos tem sido um amigo e orientador do goleiro.

- Marcos é uma referência, assim como os grandes goleiros do Brasil, não só como atleta, mas como pessoa. Hoje o considero com um grande amigo e trabalhar com ele todos os dias é sensacional. Marcos é importante para todo o grupo, tem muita importância nesse momento que todos vivem.

Jogadores precisaram atravessar a "crise Lisca"

Apesar da boa fase, o Paraná tem passado por momentos traumáticos no seu dia a dia. A pior foi a demissão do técnico Lisca no mesmo dia em que o clube jogava a semifinal da Primeira Liga, contra o Atlético-MG.

O episódio envolvendo trocas mútuas de acusações, entre elas que Lisca chegou a a agredir o então auxiliar-técnico, Matheus Costa, acabou sendo incorporado pelos jogadores sem reflexos em campo.
Questionado como a situação ocorreu e como os atletas lidaram, Richard preferiu sair pela tangente.

- O Lisca ajudou muito nossa equipe, mas já passou. Agora temos que pensar pra frente. O Matheus Costa tem dado sequência e melhorado algumas coisas. Esperamos que tenha continuidade no trabalho, pois ele conhece muito bem o grupo, disse.

Com Richard no gol, o Paraná Clube enfrenta o Náutico na próxima terça-feira, pela Série B do Brasileiro, na Vila Capanema. Os ingressos estão à venda.