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Clássico dos opostos: SP mutante e em risco contra Corinthians constante e favorito

Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians


Uma análise minuciosa sobre os planejamentos distintos ajuda a explicar como São Paulo e Corinthians se encontram neste domingo em situação tão distinta. No Morumbi, a partir das 11h (de Brasília), os anfitriões que não se cansam de mudar tentam deixar a zona de rebaixamento. Os visitantes, por sua vez, têm o time titular definido, passaram imunes à janela de transferências e vivem com confortáveis 10 pontos de vantagem na ponta do Brasileirão.



No último clássico entre os dois rivais, em 11 de junho, o São Paulo tinha outro treinador [Rogério Ceni] e quatro jogadores que não integram mais o elenco de Dorival Júnior [Douglas, Maicon, Lucão e Cícero]. O Corinthians, que naquele dia venceu por 3 a 2, só não foi o mesmo do que será neste domingo porque Fagner e Rodriguinho serviam a seleção brasileira.

Mais do que uma situação forçada pelas conjunturas, dificuldades e surpresas durante o ano, essa discrepância reflexo da filosofia dos treinadores que começaram o ano dos dois clubes. Em 11 de junho, Carille já esperava mudanças por parte de Rogério Ceni, mas foi totalmente surpreendido por um São Paulo com sistema tático inédito e com novidades como Douglas na zaga e dois centroavantes juntos [Gilberto e Pratto].

O efeito dessa possível 'arapuca' de Ceni no jogo foi quase nulo, com o Corinthians dominante desde o começo e fiel aos seus princípios de jogo já estabelecidos e inegociáveis na mente de Carille e seus auxiliares até os dias de hoje. Algo que Dorival Júnior ainda tenta implantar no São Paulo, que vive em risco e terá cinco jogadores que enfrentarão os corintianos pela primeira vez - Petros, Arboleda, Hernanes (nesta passagem), Lucas Fernandes e Marcos Guilherme.

Camaleão, SP tem mais de meio time com menos de 15 jogos
Se o Corinthians tem se notabilizado por um time que o torcedor consegue decorar a escalação e que dá sequência aos titulares, o São Paulo vive o oposto. Em 50 jogos na temporada, 45 atletas entraram em campo ao menos uma vez. Isso faz com que, em média, cada jogador do elenco tenha 15 atuações em 2017.

Essa alta rotatividade tem três fatores notáveis. Primeiro, o estilo do técnico Rogério Ceni, que promovia rodízio entre goleiros, laterais e zagueiros durante o Campeonato Paulista para buscar a formação ideal. Depois, entra a reformulação feita pela diretoria, que negociou ou liberou nove jogadores e contratou outros oito somente durante o Brasileirão. Por fim, o alto número de problemas físicos também interferiu. Atletas como Wesley, Araruna, Wellington Nem, Bruno e Buffarini sofreram mais de uma lesão na temporada. Há ainda os casos de Nem e Morato, que perderam o ano por lesões no joelho.

Com tantas modificações, o São Paulo chegou a ter, no empate contra o Avaí em 1 a 1 na 21ª rodada do Brasileirão, nove dos 14 jogadores utilizados com menos de dez partidas pelo clube.

Do provável time titular para o clássico com o Corinthians, seis atletas não atingiram 15 atuações na temporada: Sidão, Militão, Arboleda, Petros, Hernanes e Marcos Guilherme. Edimar, que disputa posição com Júnior Tavares na lateral esquerda, pode aumentar a lista.

Corinthians é obcecado por titulares e tem mesmo time desde 4 de março
O contraste corintiano é absoluto em relação ao São Paulo. No dia 4 de março, em vitória diante do Santos por 1 a 0, Fábio Carille mandou a campo a equipe que a partir dali se tornaria a ideal e responsável por uma temporada acima das expectativas no Parque São Jorge. Até aqui, com o título paulista e a melhor campanha de um turno na história do Brasileirão por pontos corridos.

Com esses mesmos jogadores que Carille consegue reunir no domingo, o Corinthians atuou 11 vezes no ano e acumulou sete vitórias e quatro empates. Foi a equipe que, por exemplo, superou o São Paulo em dois jogos na semifinal do Paulistão. Motivo para diversos reconhecimentos e elogios ao trabalho do treinador, mas também uma crítica eventual.

O fato de ter um time titular ao qual só mexe por razões físicas ou suspensões e convocações, em alguns momentos, também se voltou contra Carille. No Corinthians, há quem acredite que a competição entre membros da equipe principal e os suplentes deveria ser maior e permitiria o crescimento corintiano como um todo. Nesse sentido, os jogadores mais elogiados do banco são Camacho e Marquinhos Gabriel, também disponíveis no Morumbi.

Com uma campanha tão regular em 2017, apesar de eliminações na Copa do Brasil e na Sul-Americana, Carille tem um trunfo importante para defender seu trabalho. A vantagem do líder Corinthians é de 10 pontos até o início desta rodada, o que também está ligado a uma decisão corajosa da direção do clube. Na última janela de transferências, em posição muito distinta à do rival São Paulo, o presidente Roberto de Andrade segurou todos os titulares.

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