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Pratto lembra trabalhos como segurança de festa, atendente de pizzaria e entregador de panfletos: 'Tinha até 'Compro e vendo ouro''

Pratto hoje defende o São Paulo

Antes de brilhar no futebol, atuando por clubes como São Paulo, Atlético-MG, Vélez Sarsfield-ARG e Universidad Católica-CHI, além da seleção argentina, o atacante Lucas Pratto rodou por vários empregos enquanto ainda era adolescente.



Como sempre foi alto (tem 1,88m) e forte (seu apelido no país natal é "Urso") desde jovem, o primeiro "bico" que Pratto arrumou foi como segurança, trabalho no qual viveu poucas e boas.

"Quando eu jogava na base de Defensor de Cambaceres, que hoje esta na 3ª divisão da Argentina, havia um diretor que tinha um clube que fazia festas de formatura. Ele falou para mim que me pagaria por final de semana e tinha uma media de duas festas a cada sábado e domingo. Eu topei na hora, porque aí poderia pagar minhas coisas e não ficar precisaria ficar pedindo dinheiro para minha mãe, que não tinha muito", contou o artilheiro, ao ESPN.com.br.

"Fiquei uns três meses trabalhando nisso. Eu tinha só 15 anos, mas já era bem alto para a minha idade. Só não era tão forte, era mais magrelo (risos). Por sorte eu não precisava usar terno e gravata, usava a roupa que queria. A única coisa que me pediam era para estar com o celular o tempo todo", recordou.

Mas mesmo com seu porte físico avantajado, o hoje jogador preferia apenas impor respeito, sem ter que chegar às vias de fato com os famosos encrenqueiros de festas.

"Basicamente eu tinha que ficar de olho em tudo e ligar para o dono do lugar se visse algum problema maior. Normalmente eram festas de formatura, e não baladas, então era bem mais tranquilo, até porque na maioria das vezes todos estavam entre amigos e se conheciam", relatou.

Porém, mesmo em clima de paz, muitas vezes sobra algum "abacaxi" na mão dele.

"O que eu mais fazia era ficar preocupado com uma vizinha do salão, que sempre reclamava do barulho e ligava para a polícia. Ela era um pouco chata (risos)", divertiu-se o camisa 14.

"O negócio era que não podia abrir as janelas do lugar, por causa da música alta, que aí 'vazava' para a rua. Se eu visse alguém abrindo uma janela, tinha que ir fechar e pedir pra não abrir de novo. Aí eu sempre falava: 'Não pode abrir a janela, porque senão vão chamar a polícia e a festa acaba. Você quer ser o responsável por acabar com a festa? (risos)'", brincou.

Às vezes, nem mesmo os "donos" dos festejos respeitavam a autoridade de Lucas.

"Uma vez eu tive que brigar com o próprio organizador da festa, porque ele abria as janelas toda hora (risos). Falei umas 10 vezes: 'Vai dar m... isso!'. Tinha hora que eu até achava que estava escutando as sirenes da polícia. Aí fui falar com o proprietário do lugar e disse que o que estava acontecendo, ele contornou a situação e deu tudo certo", lembrou o centroavante, bem-humorado.

Pizzaria e panfletos

Além do trabalho de segurança, Pratto também se arriscou em outros empregos informais enquanto lutava para vingar em algum clube.

Ao lado de seu irmão mais velho, Leandro, com quem é muito ligado, ele atuou como entregador de panfletos nas ruas de La Plata, cidade em que nasceu.

"Fui entregador de panfletos e folhetos, indo de casa em casa. Tinha até aqueles de 'Compro e vendo ouro' (risos). Eram muitos panfletos de pizzaria, supermercado, farmácia, essas coisas", relembrou.

"Ficávamos eu e meu irmão pelas ruas da cidade. Nessa época eu caminhava muito, mais que os carteiros (risos). A gente dividia, eu fazia algumas ruas e meu irmão as outras, cada um ia para um bairro e a gente dava conta do recado", completou.

Depois, o atacante se mudou para Buenos Aires, para jogar na base do Boca Juniors, após ser indicado por ninguém menos que Martín Palermo, maior atacante da história do clube xeneize.

Após se profissionalizar pelo Boca, em 2007, Pratto foi emprestado para o Tigre, que defendeu até o ano seguinte. Na mesma época, seu irmão abriu uma pizzaria.

Adivinha quem apareceu para ajudá-lo?

"Eu dava uma força aos finais de semana. Eu já estava no profissional do Tigre nessa época, e às vezes não tinha tempo, mas sempre que dava eu aparecia por lá. Minha função era atender as ligações e atender os pedidos de entrega", contou.

"Também trabalhei no caixa algumas vezes. Só que nessa época eu nem era conhecido, então nunca ninguém percebeu que estava falando com um jogador de futebol (risos)", gargalhou.

Pratto, porém, teve que abandonar a pizzaria em 2008, quando foi emprestado pelo Boca ao Lyn Oslo, da Noruega.

No ano seguinte, retornou à Argentina, onde defendeu o Unión, e depois foi emprestado para a Universidad Católica, do Chile.

Foi em Santiago que ele explodiu de vez, ajudando a equipe a ser campeã nacional em 2010. No ano seguinte, arrebentou na Libertadores, chamando a atenção no Brasil depois de fazer dois gols em cima do Grêmio, em uma histórica vitória dos chilenos em pleno Estádio Olímpico.

Com isso, ele foi negociado com o Genoa, da Itália, mas não se firmou na Europa. Retornaria novamente à Argentina para defender o Vélez, no qual fez muito sucesso, conquistando um Campeonato Argentino e duas Supercopas.

Em 2015, ele foi contratado pelo Atlético-MG, no qual manteve seu faro goleador, conquistando a torcida alvinegra com muita raça. No início deste ano, porém, ele foi vendido ao São Paulo, clube que defende no momento.


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