Presidente tem gastado boa parte de seu tempo dando expediente no CT da Barra Funda

A má fase do São Paulo dentro de campo e o excesso de jogadores vendidos não são as únicas coisas que rendem cornetas ao presidente Leco. Nos últimos dias, vários conselheiros e diretores têm criticado o dirigente por gastar pouco tempo dando expediente no Morumbi.


Leco tem passado boa parte de seu dia no CT da Barra Funda, onde fica o time de futebol profissional. Tradicionalmente, o presidente são-paulino só vai para o centro de treinamento diante de momentos extremos. Foi assim com Marcelo Portugal Gouvêa, Juvenal Juvêncio, Carlos Miguel Aidar...

Por opção própria, Leco resolveu despachar a maioria das coisas na Barra Funda. O que pode ser encarado por muitos como algo positivo, por estar mais perto dos problemas do time, causou mal-estar no Morumbi. "Fica parecendo que o presidente quer fazer o estilo boleirão", alega um conselheiro influente.

Todas as grandes decisões do Tricolor, exceto o futebol, passam pelo Morumbi. É no estádio que estão os departamentos de marketing, financeiro, jurídico, administrativo... O clube conta atualmente com mais de 500 funcionários que trabalham diariamente no estádio sem qualquer relação com os jogos de futebol.

As reuniões do Conselho de Administração, órgão criado pelo novo estatuto para ajudar o presidente na condução do clube, seguem ocorrendo dentro do Morumbi. É nessas horas e em momentos pontuais que Leco deixa a Barra Funda e opera do estádio.

O afastamento da política neste momento acaba gerando ainda mais tensão. É que o clube descobriu na semana passada um escândalo ligado ao marketing: Alan Cimerman foi demitido do cargo de gerente de marketing por causa dos baixos preços cobrados pelo aluguel do Morumbi nos shows do U2, em outubro.

Para piorar, constatou-se que pelo menos 15 camarotes estavam bloqueados e seriam vendidos a empresas e pessoas físicas sem que o dinheiro fosse contabilizado no caixa do Tricolor. O prejuízo poderia chegar a até R$ 8 milhões.