O lateral Edimar, do São Paulo, já enfrentou alguns dos maiores jogadores do planeta quando jogou o Campeonato Espanhol pelo Córdoba. Em um duelo contra o Real Madrid, em 2015, ele sentiu a fúria de Cristiano Ronaldo.



O jogo estava empatado por 1 a 1 até os 37 minutos do segundo tempo, quando o astro teve um momento de descontrole e acabou expulso após agredir o brasileiro.

"O Real Madrid não estava conseguindo jogar e nos massacrar como geralmente fazem contra os times de menor escalão. Lembro de um lance que a bola foi cruzada para dentro da área e eu protegi. O Ronaldo girou e já me mandou um chute e um soco na boca . Eu caí no chão e ele foi expulso", disse Edimar, ao ESPN.com.br.

Na saída do gramado, CR7 foi vaiado pelos torcedores do Córdoba e, como resposta, apontou e "lustrou" para o escudo da Fifa de campeão mundial.

Mesmo sem o português, os merengues conseguiram a virada e venceram o Córdoba por 2 a 1 em partida válida pela 20ª rodada da competição.

Pouco tempo depois, o astro usou sua conta no Twitter para lamentar o ocorrido. "Peço desculpas a todos e especialmente a Edimar pelo meu ato impensado no jogo de hoje", escreveu o atacante português.

Apesar da agressão, Edimar não guarda mágoa de Cristiano Ronaldo.

"Foi uma repercussão muito grande porque queriam dar uma suspensão maior para ele. Eu lembro que pessoas ligadas a ele me ligaram para eu falar bem dele. Eu disse: 'Vou falar a verdade'. No final, acabaram dando só dois jogos de suspensão e o assunto morreu por ali", relatou.

"De cabeça quente a gente não sabe como vai se comportar. Aconteceu isso. Eu o perdoei e segui minha vida, não tenho nada contra ele. Só quero que ele continue sendo quem ele é", garantiu.

Nos seis meses em que permaneceu no Córdoba, o brasileiro fez 17 jogos. Apesar dos entrevero com CR7, ele tem ótimas recordações.

“Logo na primeira semana cheguei estreando contra o Rayo Vallecano e ganhamos por 1 a 0. Fui colocado na seleção da rodada do Espanhol. Foi um dos melhores lugares que já passei. Tive a chance de jogar contra os melhores do mundo como Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo. Foi muito especial”.

Jogando por um time pequeno da Espanha, Edimar sofreu com o poderoso ataque do Barcelona. O Córdoba levou uma goleada por 8 a 0.

“Era um sonho jogar contra o Messi, pena que levamos uma goelada. Mas o que ficou guardado para mim foi ter jogado. Os caras são gênios da bola”, elogiou.

“A diferença na Espanha é maior, os times de menor escalão respeitam demais os grandes. No Brasil, o futebol é bem mais equilibrado na primeira divisão. É um desequilíbrio parecido com que vemos nos estaduais quando você jogar por um grande”, analisou.

Retorno ao Brasil e ida ao São Paulo

Revelado no Cruzeiro, Edimar teve passagens por clubes como Tupi-MG, Ipatinga-MG, Braga-POR, Xanthi-GRE, Cluj-ROM, Rio Ave-POR e Chievo Verona-ITA, Córdoba e Rio Ave. No começo do ano passado, ele quase foi jogar no Chipre, mas optou por retornar ao time que o revelou.

“Estava tudo certo para ir ao Apoel-CHI. No sábado, o presidente me mandou as passagens de avião e o contrato para eu assinar. Mas na segunda meu empresário trouxe a proposta do Cruzeiro. Eu só iria voltar ao Brasil se fosse para um grande clube. Conversei com a família e tomamos a decisão", recordou.

Na última temporada, Edimar jogou 27 partidas pela equipe celeste.

“Foi bacana porque eu nunca tinha jogado muito no Cruzeiro. O time estava num momento difícil, mas saímos da zona de rebaixamento e fizemos uma boa sequência. Foi muito marcante pela experiência de poder mostrar meu potencial para o Brasil. Tudo isso em ajudou a chegar ao São Paulo”, afirmou.

Em março de 2017, o clube do Morumbi contratou o lateral de 31 anos.

“A grandeza do São Paulo fala por si só. É um clube tricampeão mundial e com estrutura fantástica. Tem grandes jogadores que passaram por aqui. Peguei referencias com os amigos jogadores que só falaram bem. O [ex-técnico] Rogério Ceni me ligou e falou que eu poderia ser muito útil e que gostava das minhas qualidades. Estou muito feliz no São Paulo”.

Edimar já fez três jogos pelo São Paulo e ainda não sabe o que é ser derrotado: vitórias sobre Vasco e Botafogo e empata contra o Grêmio. Com 19 pontos ganhos, a equipe do Morumbi tenta afastar a crise e se afastar o quanto antes da zona de rebaixamento

“Estamos passando por um momento complicado e não fugimos disso, estamos encarando como um momento de darmos tudo pelo clube. Fazer o possível e o impossível pra tirar o São Paulo dessa situação. Sabemos que temos muita qualidade, mas é preciso ter os pés no chão em primeiro lugar. Só depois que nos afastarmos da zona de rebaixamento podemos sonhar com coisas maiores”, finalizou.