Ao contrário do que se imagina e propagam na mídia, o São Paulo tem uma história popular de time povão desde a sua fundação na década de 30. Já no início demonstrou ser um clube democrático, pois aceitava de modo irrestrito jogadores de qualquer etnia, classe social ou origem ao contrário dos seus maiores rivais na época.
Por arrogância de alguns dirigentes, o clube quis ter um palácio em 1934 – do Trocadero – e muitos são-paulinos do futebol discordaram da megalomania. A retomada das atividades em 1935 aconteceu de maneira humilde, no fundo de um porão alugado na Praça Carlos Gomes. Naquele período histórico, as marcas de time de massa foram enraizadas. O São Paulo ficou conhecido como time pobre e Clube da Fé.
Na década de 40, a bandeira do Estado de São Paulo fora proibida pelo governo federal após a Revolução de 1932. Mas a bandeira SPFC foi adotada em diversas ocasiões e manifestações populares como sendo a bandeira paulista. Depois disso, o Tricolor passou a ser chamado de “O clube mais querido” por todos. Priorizando o futebol ao invés de luxos na área social, o clube cresceu.
Em 1942, o São Paulo se firmava como um dos clubes mais populares da capital e trouxe Leônidas, então um dos melhores jogadores do mundo. O jogador chegou de trem na capital paulista e foi recepcionado por uma multidão que parou o centro da cidade. Sua estréia bateu o recorde de público do Pacaembu, com mais de setenta mil torcedores presentes. Tricolor humilde da “moeda que caiu em pé” em 1943.
Nas décadas de 50 e 60, o São Paulo em um esforço hercúleo mobilizou milhares de paulistas e paulistanos na construção do Morumbi. O maior estádio particular do mundo foi construído para o povo, assim como o Mineirão para os mineiros e o Maracanã para os cariocas. Os clubes rivais agradeceram o São Paulo pela construção do estádio.
O São Paulo Futebol Clube é a equipe brasileira que mais enviou representantes do seu time nas cinco copas conquistadas pelo Brasil. Foram 13 jogadores somados nas conquistas de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Em todas as Copas o clube já cedeu 47 jogadores, sendo o maior do Brasil ao lado do Botafogo.
Na década de 90, o futebol brasileiro vivia grande crise de títulos. Telê Santana chegava ao São Paulo e formaria um dos melhores times de todos os tempos. Em 1992, o clube venceu a Libertadores no que foi um desabafo nacional. No Mundial Interclubes de 1992, o país torceu e assistiu a vitória contra o Barcelona. Após as conquistas da Libertadores e do Mundial, o time da fé foi exaltado como a redenção brasileira.
Por ser o mais novo e discreto entre todos os demais, o clube trabalhou dobrado na modernidade da gestão e estrutura para crescer. Foi o primeiro a ter estádio com iluminação noturna e a disputar partida de noite. A ousada compra do Canindé, que se tornou o primeiro centro de treinamento no Brasil, mostrava a marca da vanguarda. Infelizmente, o São Paulo dos últimos anos confundiu modernidade com soberba. Historicamente, clube elitizado da capital sempre foi o Palmeiras. Mas a mídia quis colar essa imagem no São Paulo devido ao estádio Cícero Pompeu de Toledo estar localizado em área nobre e alguns dirigentes abraçaram a ideia.
O último suspiro do clube "Mais Querido" que amamos foi com Marcelo Portugal Golvêa na construção do inovador Centro de Formação de Atletas em Cotia no ano de 2005. Desde então parou no tempo e envelheceu de idéias, pessoas e estrutura. Após isso, a arrogância cegou a diretoria, conselheiros e parte da torcida na herança do Juvenal Juvêncio. Soberano é incompatível com a história Tricolor. O São Paulo ficou sem rumo por um tempo, pois esqueceu suas origens. Mas a tradição está viva devido ao povo que parou a capital paulista em 2005 levando milhares às ruas na maior recepção já vista para um clube.
O Tricolor Paulista de verdade, o Clube da Fé, ainda existe. E sendo resgatado, o São Paulo reviverá as suas glórias gigantes do passado. Por causa de dirigentes vaidosos ineptos, devem-se comemorar os feitos grandiosos da torcida que carrega o time. Quem mantém viva a chama tradicional do Clube da Fé e do Mais Querido são os torcedores que lotam o Morumbi na pior fase da história do São Paulo – como os guerreiros que levaram 51 mil pagantes contra o Grêmio no Z4 numa segunda-feira.
P.S. O texto não é uma crítica, mas resgate da linda história popular do São Paulo – as informações constam no site oficial do clube – que sempre orgulhou o Brasil e o Mundo desde 1930.
Wender Peixoto
https://twitter.com/PeixotoWender
Por arrogância de alguns dirigentes, o clube quis ter um palácio em 1934 – do Trocadero – e muitos são-paulinos do futebol discordaram da megalomania. A retomada das atividades em 1935 aconteceu de maneira humilde, no fundo de um porão alugado na Praça Carlos Gomes. Naquele período histórico, as marcas de time de massa foram enraizadas. O São Paulo ficou conhecido como time pobre e Clube da Fé.
Na década de 40, a bandeira do Estado de São Paulo fora proibida pelo governo federal após a Revolução de 1932. Mas a bandeira SPFC foi adotada em diversas ocasiões e manifestações populares como sendo a bandeira paulista. Depois disso, o Tricolor passou a ser chamado de “O clube mais querido” por todos. Priorizando o futebol ao invés de luxos na área social, o clube cresceu.
Em 1942, o São Paulo se firmava como um dos clubes mais populares da capital e trouxe Leônidas, então um dos melhores jogadores do mundo. O jogador chegou de trem na capital paulista e foi recepcionado por uma multidão que parou o centro da cidade. Sua estréia bateu o recorde de público do Pacaembu, com mais de setenta mil torcedores presentes. Tricolor humilde da “moeda que caiu em pé” em 1943.
Nas décadas de 50 e 60, o São Paulo em um esforço hercúleo mobilizou milhares de paulistas e paulistanos na construção do Morumbi. O maior estádio particular do mundo foi construído para o povo, assim como o Mineirão para os mineiros e o Maracanã para os cariocas. Os clubes rivais agradeceram o São Paulo pela construção do estádio.
O São Paulo Futebol Clube é a equipe brasileira que mais enviou representantes do seu time nas cinco copas conquistadas pelo Brasil. Foram 13 jogadores somados nas conquistas de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Em todas as Copas o clube já cedeu 47 jogadores, sendo o maior do Brasil ao lado do Botafogo.
Na década de 90, o futebol brasileiro vivia grande crise de títulos. Telê Santana chegava ao São Paulo e formaria um dos melhores times de todos os tempos. Em 1992, o clube venceu a Libertadores no que foi um desabafo nacional. No Mundial Interclubes de 1992, o país torceu e assistiu a vitória contra o Barcelona. Após as conquistas da Libertadores e do Mundial, o time da fé foi exaltado como a redenção brasileira.
Por ser o mais novo e discreto entre todos os demais, o clube trabalhou dobrado na modernidade da gestão e estrutura para crescer. Foi o primeiro a ter estádio com iluminação noturna e a disputar partida de noite. A ousada compra do Canindé, que se tornou o primeiro centro de treinamento no Brasil, mostrava a marca da vanguarda. Infelizmente, o São Paulo dos últimos anos confundiu modernidade com soberba. Historicamente, clube elitizado da capital sempre foi o Palmeiras. Mas a mídia quis colar essa imagem no São Paulo devido ao estádio Cícero Pompeu de Toledo estar localizado em área nobre e alguns dirigentes abraçaram a ideia.
O último suspiro do clube "Mais Querido" que amamos foi com Marcelo Portugal Golvêa na construção do inovador Centro de Formação de Atletas em Cotia no ano de 2005. Desde então parou no tempo e envelheceu de idéias, pessoas e estrutura. Após isso, a arrogância cegou a diretoria, conselheiros e parte da torcida na herança do Juvenal Juvêncio. Soberano é incompatível com a história Tricolor. O São Paulo ficou sem rumo por um tempo, pois esqueceu suas origens. Mas a tradição está viva devido ao povo que parou a capital paulista em 2005 levando milhares às ruas na maior recepção já vista para um clube.
O Tricolor Paulista de verdade, o Clube da Fé, ainda existe. E sendo resgatado, o São Paulo reviverá as suas glórias gigantes do passado. Por causa de dirigentes vaidosos ineptos, devem-se comemorar os feitos grandiosos da torcida que carrega o time. Quem mantém viva a chama tradicional do Clube da Fé e do Mais Querido são os torcedores que lotam o Morumbi na pior fase da história do São Paulo – como os guerreiros que levaram 51 mil pagantes contra o Grêmio no Z4 numa segunda-feira.
P.S. O texto não é uma crítica, mas resgate da linda história popular do São Paulo – as informações constam no site oficial do clube – que sempre orgulhou o Brasil e o Mundo desde 1930.
Wender Peixoto
https://twitter.com/PeixotoWender
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