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Reforço do São Paulo foi parceiro de 'desconhecido' Jesus na seleção sub-20 e quase acertou com Fla

Confirmado por empréstimo no São Paulo até o fim de 2018, o meia-atacante Marcos Guilherme era tratado desde cedo como uma das maiores joias das categorias de base do Atlético-PR. Com medo do assédio de grandes clubes europeus, o garoto de 21 anos chegou a ser "escondido" pela diretoria rubro-negra das seleções inferiores.



"A primeira vez que fui para seleção foi na sub-20. Várias vezes o clube não me liberou para as seleções inferiores, mas eu não fiquei sabendo. Só fiquei sabendo quando fui para a sub-20 que já tinham tentando me chamar outras vezes. Mas isso não me abalou também porque fui em um Sul-Americano Sub-20 que é o mais visado de todos", disse ao ESPN.com.br.

Apesar do Brasil ter ficado apenas na quarta posição, ele foi um dos destaques do torneio.

"Tenho ótimas lembranças de poder realizar o sonho da carreira. Foi uma parte que jamais vou me esquecer. Minha estreia contra o Chile foi especial, eu estava muito nervoso e ansioso. Mas fiz dois gols", afirmou.

Com a vaga garantida no Mundial da categoria, que foi disputado meses depois, Marcos Guilherme conheceu um futuro astro do Manchester City e da seleção principal.

"Joguei com o Gabriel Jesus, que chegou ainda desconhecido e jogou demais. É um cara sensacional. Ele me impressionou muito. Era uma das primeira convocações dele e a forma como ele treina é impressionante", prosseguiu.

"Até nos rachões, ele ficava bravo quando perdia. Vi a garra dele e a vontade em poucas pessoas. Sabia que ia chegar longe e será ainda maior pela pessoa que é. Trabalha demais", completou.

O Brasil fez excelente campanha, mas acabou derrotado pela Sérvia na final por 2 a 1 na prorrogação. Marcos foi titular nos sete jogos e marcou dois gols.

começo no interior de são paulo

Natural da cidade de Itararé, interior de São Paulo, Marcos Guilherme começou em uma escolinha de futebol aos sete anos de idade.

"Gostava mais de futsal do que do campo no começo. Fui para o campo aos nove anos e intercalava. Eu tive uma infância bem complicada, meus pais trabalhavam muito e mesmo assim tinham vezes que não era suficiente. Até por isso fui para o futebol pensando em dar uma vida melhor para eles", revelou.

"Eu cheguei a fazer teste de uma semana no Atlético Sorocaba-SP, mas, como era muito novo, não deu certo. Depois joguei uma Copa Mercosul no interior de São Paulo e vários times grandes foram ver. O Santos teve interesse no momento, mas não me chamaram para fazer teste nem nada. Foram apenas sondagens", acrescentou.

Aos 12 anos, ele foi aprovado no Trieste (clube de empresários que fica em Curitiba) e foi morar sozinho pela primeira vez.

"A maior dificuldade foi sair de uma cidade de 50 mil habitantes para uma capital onde não conhecia ninguém. Saí de casa sem ter dinheiro ou uma chuteira boa, foi bem difícil. Era o mais jovem do alojamento. Muitas vezes os mais velhos queriam tirar proveito disso e queriam folgar para cima de mim", contou.

Mesmo assim, Marcos Guilherme não se intimidou e foi o destaque da equipe na temporada. "Fui campeão de uma competição e vice em outra. Fui artilheiro nas duas. Nisso, o Atlético-PR gostou de mim e me chamou para fazer teste. Eles estavam formando a equipe infantil, em 2009, e passei".

'perseguido' no atlético-pr

Em 2012, Mario Celso Petraglia, então presidente do Atlético-PR, fez uma declaração que mudou a carreira do atacante.

"O Marcos Guilherme é um menino de 17 anos. Se não se perder, ele vai ser o maior talento da história do clube. Estamos, de toda forma, protegendo este menino. Ele está sendo observado por todos os olheiros europeus e avaliado como fora de série", disse.

"Sempre fui muito cobrado até pelo que o Petraglia falou. Por essa frase, fui extremamente cobrado. Quando eu estava bem e jogando isso, não atrapalhou em nada, foi só confirmando. Mas nós sabemos que futebol é fase, tem fase boa e ruim. Ano passado tive uma fase muito ruim, foi meu pior ano como profissional. Isso é normal, sou novo e oscilo. Por causa dessa frase, no momento ruim atrapalhou bastante. Se não tivesse essa frase, com certeza as coisas seriam diferentes no mau momento", analisou.

No Furacão, ele se profissionalizou com apenas 16 anos e passou pelo time B antes de ganhar chances na equipe principal.

Após alternar períodos como titular e reserva, o jogador deixou a Arena da Baixada por se sentir sem ambiente para seguir na equipe devido à 'perseguição' dos torcedores. "Foi um momento complicado. Eu já não tinha clima nenhum para continuar no Atlético-PR", declarou.

Mesmo após um 2016 que deixou para trás, o então técnico Paulo Autuori ganhou a sua admiração.

"É um cara sensacional, nunca vou esquecer. Ele é diferente de todos os outros. No meio do futebol, nunca vi um treinador que todos jogadores gostavam dele, mesmo estando na reserva ou nem sendo relacionado. Não me lembro de um grupo gostar tanto de um treinador. Quando você está no banco, você quer arrumar uma desculpa que é o treinador. Se você não é convocado, é pior ainda. Todo mundo gosta dele porque é correto. Não tem historinha nem conversinha, ele fala o que precisa falar", afirmou.

No fim de janeiro, Marcos Guilherme foi emprestado para o Dínamo Zagreb após novela que esteve próximo de levá-lo do Atlético-PR para o Flamengo. Além disso, o Santos tentou a contratação do jogador.

"Tinha que sair e ter uma novo lugar para jogar, então, fiquei no impasse de Flamengo e outros grandes que estavam tentando. Gerou uma ansiedade de saber onde vai jogar e se preparar mentalmente", disse. "Foram dois meses de negociação com Flamengo. Fiquei no meio disso tudo e querendo que resolvesse tudo o quanto antes. De última hora, apareceu o Dínamo com uma proposta em dois dias. Estava tudo certo e preparado para ir jogar no Flamengo. Me falaram que aceitaram a proposta e no dia seguinte arrumei as malas para ir embora para o Croácia", concluiu.

No Dínamo de Zagreb, Marcos fez 15 partidas oficiais e marcou um gol.

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