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A gôndola, Leco rebaixou o São Paulo - por Wender Peixoto

Em 2014, quando o São Paulo foi vice-campeão brasileiro, 30 jogadores trafegaram no profissional – considerando empréstimos, vendas, retornos e entradas. Em 2015, 44 jogadores passaram no futebol e o clube foi para a Libertadores. No ano passado, 65 atletas profissionais transitaram pelo clube – o susto do rebaixamento voltou. Nesse ano, o São Paulo já movimentou 53 jogadores e está na zona do rebaixamento.



Leco trouxe uma inovação na sua gestão. Antes dele havia um desmanche por ano, agora são dois. Michael Beale não suportou tamanho amadorismo. Talvez o inglês lance um livro sobre “métodos de treinamento para times desmanchados” para o Leco vender. Jogador bom chega, desmontam o time, o último apaga a luz, não há entrosamento, o profissional desanima, diretor expõe na coletiva e cita nomes para dezenas de pessoas no Conselho, o atleta pede para sair e vai embora no “pinote”. O são-paulino é mestre nesse curso intensivo lecionado desde 2016 no clube.

A integridade dessa gestão está arranhada desde o Kieza, arquivamento do caso Far East, quando terminou em pizza no ano passado; e a gravação não investigada do Ataíde para abrir a caixa preta das comissões pagas nos negócios do clube. Leco é a imagem do fracasso, soberbo e defasado. Essa gestão comete tamanhos erros, são decisões em grau tão amador ao ponto de gerar suspeitas sobre a lisura dos responsáveis – há motivos para isso. A imagem do São Paulo vencedor foi rebaixada, a moral caiu. Aidar saiu há dois anos, essa muleta não serve mais para o Leco se apoiar.

Engana-se quem considera que o clube está faturando alto na venda de jogadores. Outrora, o São Paulo negociava com os grandes europeus. Breno saiu por R$ 33 milhões em 2007 ao Bayern, Lyanco custou R$ 23 milhões ao Torino em 2017. Hoje, o clube cede jogadores para equipes médias e pequenas da Europa. Há uma queda sensível nas transferências de jogadores da série A para o exterior, pois o ganho esportivo está sendo priorizado pelos clubes nacionais. Por que o São Paulo facilita a saída, mas em outras agremiações os atletas não pedem para sair? Alguns alegam que não saiu jogador importante, saiu sim. Se todos não eram titulares, entravam bastante.



O clube é uma bagunça na gestão. Cícero recebe praticamente 400 mil e pouco se empenha. Wellington Nem ganha quase 500 mil, mas consegue ser pior. Wesley recebe 400 mil para descansar no hotel fazenda SPFC. Gestão é tudo, Pintado disse em entrevista que algumas situações extra-campo estão sendo cuidadas, mas não detalhou. Questão salarial é fundamental na gestão do futebol, diferenças salariais ao teto estabelecido conturbam qualquer ambiente coletivo profissional. Como os demais jogadores enquadrados no teto salarial estabelecido reagiram vendo colegas de trabalho chegando com rendimentos acima do limite do clube?

No início da temporada relevou-se, mas a realidade é implacável. Outro desequilíbrio paradoxal está no banco de reservas. O peso das folhas de pagamento dos reservas é o dobro do valor pago aos titulares. Denis, Bruno, Buffarini, Lucão (afastado), Douglas, Edimar, Wesley, Thiago Mendes (vendido), Cícero, Maicosuel e Wellington Nem – um time completo sentado custando R$ 30 milhões por ano aos cofres do clube.

A vinda do Pinotti para o futebol transformou Leco em diretor de fato. O discurso do Vinícius é o mesmo do presidente. Por exemplo, após o 6x1 no Brasileiro de 2015 Leco afirmou que avaliaria os jogadores com base nas reações depois dos jogos. Pinotti disse exatamente a mesma coisa em 2017 em duas entrevistas. Essa é a melhor forma de analisar jogador, no quanto sofre após as derrotas? Estranho, patético, derrotista e amador. Leco é o diretor, Pinotti é adjunto figurativo.

Rogério e Pinotti serão mantidos nos respectivos cargos. Os dois precisam de um coordenador técnico para lidar com situações extra-campo e no apoio tático. São 60 pessoas entre elenco e comissão para dois inexperientes nas funções de comando. Se, havendo diretor e técnico, experientes, é necessário um coordenador ou gerente no organograma dos grandes clubes, sem experiência obviamente torna-se fundamental. Leco não consegue enxergar soluções óbvias, ou não quer.

Quem é o São Paulo? Passou de grande protagonista ao médio vendedor. Assumiu um novo papel no futebol brasileiro, sem foco esportivo; virou time de aluguel. O São Paulo vendeu grande soma de jogadores desde 2012, mas Leco dobrou a meta em dois anos aumentando as dívidas. Como o povo brasileiro indignado, o torcedor são-paulino quer a verdade. Leco apareça ao vivo e faça um pronunciamento à nação Tricolor sobre o cenário aterrador. O público não confia nas entrevistas de sala fechada, publicadas por amigos.

O São Paulo é vítima na própria soberba da tal vitrine. Clube vitrine é aquele que vende jogador quando vence títulos. Transformaram o nosso São Paulo em clube gôndola, pois o perfil de jogadores atraídos pelo clube também mudou. Alguns escolhem atuar no Morumbi por sair valorizado e vendido rapidamente, sem anseio por títulos ou necessidade de alto desempenho. A cultura de vendedor foi enraizada e institucionalizada. Títulos para quê Sr. Leco? SPFC é a grande ironia de um novo modelo de gestão, “inovador”.

"O São Paulo é uma grande vitrine na América Latina. Quando chega proposta a gente apresenta ao jogador. Se o jogador quer ir e a proposta é boa para todo mundo, acaba acontecendo", disse Pinotti, o porta voz do Leco. Parabéns a todos, entramos no Z-4. Tudo está errado, até quando?

Wender Peixoto
TWITTER: https://twitter.com/PeixotoWender

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