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Para Rizek, ao "conto de fadas" de São Paulo com Ceni, falta uma dose real

Apresentador acha que deveria haver alguém experiente para assessorar treinador e não entende poucas chances a Lugano no time. "Nem acho que tenha jogado tão mal"

Ceni ainda tenta encaixar time (Foto: Marcos Ribolli)

Maior ídolo da história do São Paulo como jogador, Rogério Ceni foi a grande aposta do clube para comandar o time na temporada de 2017 e devolvê-lo à trilha dos títulos. Os insucessos do Tricolor no Paulistão e na Copa do Brasil, aliado com o começo instável no Brasileirão - ocupa no momento o 14º lugar, com 10 pontos ganhos -, aumentam as cobranças da torcida. Para o apresentador do "Redação SporTV", André Rizek, as constantes dúvidas do treinador para encaixar as peças refletem a falta de cuidado da diretoria ao tomar a atitude de investir num "conto de fadas" lançando um personagem unânime como atleta na condição de técnico sem a experiência devida para o cargo.



O problema foi ter começado esse conto de fadas sem uma dose de realidade ao lado do Rogério Ceni. Um técnico ou alguém mais experiente que possa cobrá-lo, aconselhá-lo, na função de coordenador."

André Rizek, apresentador do Redação SporTV

- Estou muito convencido disso. O problema - estou falando isso hoje, passados seis meses do São Paulo -, foi ter começado esse conto de fadas sem uma dose de realidade ao lado do Rogério Ceni. Um técnico ou alguém mais experiente que possa cobrá-lo, aconselhá-lo, na função de coordenador. O Lugano, por exemplo. Passados sete jogos do Lugano este ano, como é que fica a avaliação dele? Nem acho que o Lugano tenha jogado tão mal assim, na minha opinião, para ser esse jogador tão questionado no momento. Jogou o que os outros jogaram.

Dos sete jogos de Lugano na temporada a que Rizek se referiu, cinco foram no Paulistão, um na Copa do Brasil e um no Brasileirão. O certo é que o treinador ainda não encontrou a zaga dos sonhos. Para Carlos Cereto, comentarista do SporTV, o zagueiro nem pode ser avaliado se está bem ou não por ter jogado poucas vezes como titular. Gabriel Dudziak, comentarista das Rádios Globo e CBN, acha que a aposta do clube pelo veterano, outro ídolo são-paulino, foi para suprir a saída de Ceni como jogador e líder. E vê na efetivação do jogador na equipe uma relação direta com a opção de Ceni utilizar esquema com três zagueiros, principalmente pela idade do uruguaio - está com 36 anos.

- Quando o Rogério se aposentou, o Lugano chegou. Aí a ideia da diretoria era: "Sem a referência do Rogério, eu preciso de um líder." Trouxeram o Lugano. Com o Bauza ele jogou pouco também. Com o Ricardo Gomes ele não jogou, e com o Rogério havia a expectativa de que ele voltasse a jogar. O Rogério fala nas coletivas o seguinte: "Eu não posso botar o Lugano, com a idade que ele está para correr no mano a mano com o atacante adversário. Então o Lugano sempre vai ter que ser o zagueiro da sobra nessa visão do Rogério. Então o zagueiro da sobra, só com três zagueiros, era entre Lugano e Maicon a briga, segundo dizia o Rogério Ceni. Agora sem o Maicon, talvez jogue o Lugano como zagueiro da sobra, no esquema com três zagueiros. Mas se Lugano não aguenta jogar com dois zagueiros, você tem aí realmente um problema.

Para Carlos Cereto, o problema é que o São Paulo não quer mais Lugano. E vê injustiça no tratamento do clube com um dos maiores ídolos recentes de sua história.

- A verdade é que o São Paulo não quer mais o Lugano, e o São Paulo está tratando muito mal um dos maiores ídolos da história do São Paulo. Da história recente, o Lugano só perde para o Rogério em termos de idolatria.

Segundo Cereto, o Tricolor fez ao jogador uma proposta de renovação de contrato, que se encerra no fim do mês, para uma prorrogação até o fim do ano ganhando menos - o clube retiraria os direitos de imagem do atleta.

- É o mesmo salário sem os direitos de imagem. E no final do ano o São Paulo faria uma partida comemorativa de despedida do Lugano, de aposentadoria do Lugano, se é que ele vai se aposentar. E recuperaria com esse amistoso justamente o dinheiro investido na prorrogação do contrato dele. Ou seja: o São Paulo de bobo não tem nada. O São Paulo não quer o Lugano. Se eu sou o Lugano... Não sei se ele está precisando ou não, imagino que não precise. Mas se não estiver precisando de dinheiro... "Olha, muito obrigado, vou embora..."

A verdade é que o São Paulo não quer mais o Lugano, e o São Paulo está tratando muito mal um dos maiores ídolos da história do São Paulo. Da história recente, o Lugano só perde para o Rogério em termos de idolatria."

Carlos Cereto, comentarista do SporTV

A pressão da torcida por títulos, segundo Gabriel Dudziak, prejudica o trabalho de Ceni de fazer uma aposta de longo prazo. Daí o problema de acertar a defesa e outros setores.

- O torcedor são-paulino detesta o Lucão, mas o Lucão sempre foi escalado, e o Lugano, não. E o Rogério conhece o Lugano e conhece o Lucão. Por que será que o ídolo maior da história do São Paulo, o Rogério Ceni, não escala o Lugano? É porque ele entende que o Lucão dava conta do recado. O Lugano foi muito pedido da torcida. O Maicon foi muito pedido da torcida. O torcedor são-paulino perde e queima na mesma proporção. . Não todos, é um panorama geral. E também muito motivado pelos anos sem título. Não há paciência mais, não existe. Tem que ganhar, tem que ganhar, tem que ganhar. Só que esse tem que ganhar todos os anos impede um projeto de longo prazo. Você acaba toda hora renovando o elenco


Lugano jogou apenas sete partidas em 2017, uma delas no Brasileirão, na vitória sobre o Avaí (Foto: Marcos Ribolli)


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