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São Paulo: apoio, perseguição da crítica e isentões - por Wender Peixoto

Nós torcedores, todos, amamos o São Paulo de paixão. Um amor que suplanta sentimentos, incondicional. Quem ama cuida, se alegra, empolga, bronqueia, ri, se preocupa, aconselha, opina e repreende. Amar não é só prestar assistência, mas ser melhor que a concorrência. “Precisa apoiar o clube de forma incondicional, pois está no caminho certo” – frase repetida por aí, mas questionável.



O São Paulo enfrenta problemas de planejamento e execução no processo preparatório do futebol em 2017. É uma constatação, não crítica. O torcedor que possui boa memória lembrará: são os mesmos equívocos cometidos há dez anos no clube sob o comando do grupo político encabeçado por Juvenal, Aidar e Leco. Qual técnico consegue trabalhar iniciando o ano tendo sete atacantes, um meia e um lateral esquerdo, com jogadores chegando e saindo?

Apoiar nas vitórias e derrotas é fundamental. Todavia, apoio não pode ser defesa de falhas. Criticar os erros recorrentes que inibem a competitividade do São Paulo é fundamental, seja em campo ou fora dele. Crontraditar é vital para o desenvolvimento de soluções. “O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica” – Norman Vincent Peale.

Alguns torcedores e formadores de opinião, são paulinos, torcem o nariz para a análise e reprovação dos fatores extra campo que prejudicam o clube no gramado. Não é crime apontar erros e citar nomes, o São Paulo está acima de tudo e das pessoas. Apoio, de verdade, é colocar mais de 40 mil no Morumbi, independentemente da fase. Nesse quesito, em média não estamos mal, porém é possível melhorar.

O São Paulo historicamente é crítico ao sistema do futebol brasileiro, opositor fora de campo que reclama. Bebê que não chora não mama. Perdeu-se muito disso e não deveria, pois é pilar histórico da sãopaulinidade. A torcida deve manter essa tradição internamente também. Apareça, Leco, mas não por meio de nota no site do clube.

Torcedor e formador de opinião não podem concordar, por exemplo, que o talento jovem implora para ser vendido sem deixar história no clube. David Neres disse que a sua venda se desenvolveu quando estava na seleção e não queria sair agora. Luís Araújo, fator de desequilíbrio nos clássicos, idem. Base forte é para time da Europa ou do Brasil? Em 2014 cogitaram repensar o CFA Cotia quando não revelava. Apoiar discurso nos equívocos cometidos fora de campo é celebrar a mediocridade.

Quem ama o São Paulo quer ver o seu presidente com mais freqüência na televisão, rádio e jornal. Por que Leco aparecia todos os dias na época eleitoral e desapareceu depois? Por que Maicon custará total de R$ 54 milhões? O clube prosseguirá desmantelando os times que monta? Por que diversos clubes conseguem montar times competitivos sem base e dinheiro? O presidente deve satisfação ao torcedor em público. A torcida irá compreender, pois se sacrificou em outros períodos da história por objetivos financeiros.

Rogério Ceni ficou semanas em Cotia coletando informações e planejando a temporada com a base. Os conflitos de visão dele com a diretoria existem. A venda do Luís Araújo não foi informada ao técnico antecipadamente. Rogério conta com Lugano, mas o presidente desaprova, porque o zagueiro exerce liderança e pede equipamentos e instalações melhores para a preparação dos jogadores no CCT Barra Funda. Leco estaria impedindo Rogério de escalar o zagueiro? Rogério não escala para não se indispor.

Rogério Ceni é inexperiente, falha, tem acertos, escala Lucão e Cícero. Mas, quem apostou em Rogério com objetivos eleitorais e está arrebentando com o trabalho dele e o planejamento? A decisão foi do presidente. Também foi decisão do Leco colocar Pinotti – que conhece pouco de futebol e nada de abordagem boleira – na diretoria de futebol.

Os responsáveis pela situação não devem ser poupados das cobranças por transparência e resultados. Em qualquer setor, quando o rumo sai da curva, não é digno e ético ser isentão ou conformista. Silêncio ou afabilidade são mensagens do chapa-branquismo aliado. Mas, especulações sobre contratações bombásticas pipocam por todos os lados quando o São Paulo é derrotado. Com isso esquecem tudo, gostam de ser enganados.

Wender Peixoto

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