Na última sexta-feira, o São Paulo acertou a venda do atacante Luiz Araújo para o Lille, da França, e está perto de negociar também o volante Thiago Mendes com a mesma equipe. Pela dupla, os europeus pagarão 18 milhões de euros (R$ 65 milhões).



Essa é mais uma transferência por altos valores que a equipe do Morumbi consegue por jogadores que revelou ou comprou barato - uma tendência tricolor na última década.

Nem todo o dinheiro, porém, ficou nos cofres são-paulinos, já que uma boa parte teve que ser dividida com outros clubes ou donos de direitos federativos, além das comissões de agentes.

Segundo levantamento do ESPN.com.br através dos balanços financeiros publicados pela própria diretoria do São Paulo, o clube recebeu R$ 758.397.000 por vendas de jogadores desde 2006, valor que pode subir caso a venda de Thiago Mendes seja concretizada.

Deste valor, R$ 593 milhões ficaram nas mãos dos tricolores, enquanto pouco mais de R$ 160 milhões foram cedidos a terceiros.

O ano em que a agremiação paulista mais fez dinheiro foi em 2013, durante a gestão Juvenal Juvêncio, considerado um "mestre" na venda de jogadores.

Nesta temporada, o time recebeu R$ 147.952.000 em transferências de atletas, dos quais R$ 113.335.000 ficaram no Morumbi.

Em 2º lugar, aparece 2016, ano que ficou marcado por um verdadeiro "desmanche" durante a gestão Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

Entraram ao todo R$ 111.165.000, com R$ 85.717.000 permanecendo em cofres são-paulinos.

Já a temporada menos frutífera em termos de negociações foi 2009, quando o São Paulo recebeu "apenas" R$ 14.431.000 por seus atletas, colocando as mãos em R$ 11.681.000.

O único ano em que a equipe ficou com praticamente 100% do valor das vendas foi em 2014, quando chegaram R$ 24.970.000 no total e ficaram R$ 24.310.000 nos cofres.

Para 2017, se forem de fato concluídos os negócios por Thiago Mendes e pelo lateral esquerdo Júnior Tavares, que interessa ao Ajax, entre outros, o time tricolor deve embolsar R$ 132.600.000. Deste montante, ficará com R$ 110.300.000.

Comissões e intermediações

Nos balanços do São Paulo, também é possível ver quanto o time pagou em comissões a agentes e intermediários de cada negociação. E alguns valores impressionam.

Na transferência do meia Paulo Henrique Ganso para o Sevilla, em 2016, por exemplo, foram obtidos R$ 35.980.000.

Contudo, R$ 2.714.000 ficaram nas mãos de intermediários, enquanto R$ 15.540.000 tiveram que ser dados a detentores dos direitos do atleta - no caso, a DIS.

Já no caso do meia-atacante Lucas Moura, maior venda da história tricolor, foram recebidos R$ 115.324.000 do Paris Saint-Germain.

Deste montante, R$ 28.856.000 foram repassados a outros detentores de direitos econômicos do atleta, deixando o São Paulo com R$ 86.468.000.

Outro revelado em Cotia, o volante Casemiro foi comprado por R$ 18.738.000 pelo Real Madrid. No entanto, R$ 2.006.000 foram para intermediários e R$ 3.363.000 para detentores de direitos, o que deixou o São Paulo "só" com R$ 13.369.000.

O meia-atacante Ewandro foi outro "fatiado" cujo valor da venda teve "mordidas". A Udinese pagou R$ 10,850.000 pelo atleta, mas R$ 410.000 foram para intermediários e R$ 2.361.000 para donos de direitos.