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[SPFC.Net] São Paulo, da soberba ao super bobo – Por Wender Peixoto

Há alguns anos, o São Paulo criou a imagem odiosa de “Soberano” – pecha que acompanhou o clube durante o período JJ. Com o fim da era vitoriosa, a torcida criou uma força tarefa para extirpar a mancha arrogante que o São Paulo amealhou entre os rivais e na mídia, repudiando a soberba associada ao time.

O clube caiu na real depois de seguidos vexames dentro e fora de campo calçando as sandálias da humildade. No entanto, agora o que se vê é uma instituição sem agressividade e ambição. Existe um conformismo com derrotas, patrocínios fracos, acusações, mentiras da mídia e ao ser prejudicado. SPFC parece um clube morto, deitou e não se levanta.



Em 2014, o presidente palmeirense acusou o São Paulo de tentar roubar o estádio verde nos anos 40. Qualquer acusação dessa magnitude teria resposta oficial à altura, qualquer clube responderia prontamente para dar satisfação ao seu torcedor. Não no São Paulo – o clube nada disse –, que tudo aceita e se cala.

Seguidos erros de arbitragem contra o São Paulo em 2016 (Libertadores e Brasileiro) não mereceram o devido protesto por parte do clube. Não houve, sequer, uma única menção em entrevista de diretores ou do presidente. E, quando age, tudo no São Paulo demora. A semelhança com órgãos públicos burocráticos é irrefutável.

Durante o ano inteiro de 2016 o time sofreu dezenas de gols por falha do seu goleiro titular – Denis, o avicultor – tolerado pacientemente durante doze meses pela gestão de futebol do clube. Em clubes rivais três jogos bastariam. No elenco havia dois goleiros superiores. Leo, emprestado, desbancou o ídolo do Paraná Clube e Renan passa segurança com boas autuações mostrando que deveria ter sucedido o M1TO.

Os números comprovam que o São Paulo é o clube com maior quantidade de lesões musculares na Série A em 2016 e 2017. Comparado a outros times também sofre mais gols no segundo tempo, principalmente na etapa final do jogo. Os dados escancaram a preparação física ruim. No entanto, nada acontece a respeito.

Quando disputa jogo decisivo ou clássico, o time entra calmo e passivo como se fosse jogar uma partida de tabela. E claro, não vence 80% das partidas. Se um zagueiro do São Paulo for empurrado pelo atacante rival e pisar no seu goleiro, o benévolo jogador são paulino vai interferir para o árbitro não aplicar cartão ao jogador faltoso.

O São Paulo virou o super bobo sem reação. No primeiro jogo do Brasileiro 2017 em casa, a CBF mudou a partida do São Paulo de domingo 21/05 às 11h para segunda-feira 22/05 às 20h. No segundo jogo em casa a CBF mudou o horário das 16h para as 19h. Reação: nenhuma, não defendeu o seu torcedor. O São Paulo nunca fez nada a respeito dos clássicos caírem justamente em datas FIFA.

Outra amostra do super bobo São Paulo. Em quase todas as trocas de jogadores entre clubes, o Tricolor sai perdendo tecnicamente e financeiramente. Rodrigo Souto, Neiton e outros fazem parte de uma vasta lista de prejuízos para o clube. Nada acontece, nada é dito, não há pressão, cobrança zero. A Chapecoense se reconstruiu em seis meses, o São Paulo está em reconstrução há dez anos.

Os jogadores e os profissionais do clube parecem estar em um hotel fazenda. São atividades recreativas durante o ano todo. Sai técnico, entra outro, mas o clima é sempre bom e otimista. Ao final do ano alguns saem, mas no início e meio do campeonato é tudo alegria e otimismo na base do “vamos levantar a cabeça”.

Em clube grande o presidente entra no vestiário com sangue nos olhos antes de jogos decisivos ou clássicos, cobra, acompanha, bate na mesa. São clubes vencedores. No São Paulo não vemos isso. Quantas vezes o presidente desceu da sua sala para ir ao CT ver o que acontece no futebol? Falta gana por títulos aos gestores.

Patrocinadores estão pagando patrocínio de maior valor para clubes que protagonizam e disputam títulos. Não basta ter torcida grande. Disputar títulos significa e resulta em ter maior exposição na mídia, maior audiência na TV e estádio lotado. As empresas não são ingênuas, os valores de patrocínio que o mercado paga provam isso.

O São Paulo, como houve em toda a sua história, precisa de gestores ambiciosos, defensores do clube, agressivos, firmes, com mentalidade jovem e vencedora. Enquanto isso não mudar, teremos dois técnicos por ano e jogadores atrofiados pela bactéria da frouxidão e acomodação que contaminou o clube desde o portão até o muro dos fundos. As sandálias da humildade se tornaram chinelos da ingenuidade.

Wender Peixoto

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