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Mestre Telê: 11 anos de saudades!

Há onze anos, o eterno Telê Santana faleceu, deixando seu nome a ecoar na posteridade

por Acervo pessoal

No Morumbi, o São Paulo venceu o Caracas, da Venezuela, por 2 a 0, em jogo da Copa Libertadores da América. O clima de euforia com a conquista e a classificação em primeiro lugar no difícil grupo do Chivas Guadalajara, além do futuro Choque-Rei nas oitavas de final da competição, foi, contudo, dissipado e sublimado, no dia seguinte, para o de um profundo pesar pelo falecimento do eterno Telê Santana.

No final da manhã de 21 de abril de 2006, precisamente às 11h50, no hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, Telê veio à óbito por falência múltipla de órgãos. O ex-técnico são-paulino havia permanecido internado por quase um mês, lutando contra uma infecção abdominal.



Hoje, onze anos depois, o “Fio de Esperança”, para muitos, mas “Mestre Telê” para todos os tricolores, ainda é homenageado e tem seu nome reverberado a plenos pulmões pela torcida no estádio. Justo. Ídolo por onde passou, consagrou o futebol arte e mostrou que ser campeão somente não bastava, era preciso tornar cada partida um momento inesquecível.

No São Paulo Futebol Clube, Telê fez história conquistando dez títulos oficiais e outros tantos torneios amistosos. As taças dos dois mundiais interclubes, as duas Libertadores da América e o Brasileiro de 1991, são, entretanto, as maiores conquistas dentre as suas menores vitórias: obstinado em recuperar a imagem que consagrou internacionalmente o futebol brasileiro, lutou até onde pôde para provar que um time técnico e bonito de se ver podia ser vencedor. E conseguiu.

Enfrentou a violência dentro dos campos, a má qualidade dos gramados, os erros de arbitragem, o descaso das federações e guerreou uma batalha particular para que a paixão nacional reencontrasse seu rumo dentro e fora das quatro linhas.

Em 1990, retornou ao Tricolor com olhares de desconfiança pesando em suas costas. Foi uma escolha arriscada: o mineiro de Itabirito havia sido, pouco antes, demitido do Palmeiras e ainda pairava sobre ele – quase como folclore – a alcunha de pé-frio por causa das eliminações em Copas do Mundos com a Seleção Brasileira nos anos de 1982 e 1986.

Por isso, dedicou-se ao Tricolor de corpo e alma. Até mesmo morou no CT do clube para acompanhar tudo de perto (e, como dizem os amigos mais próximos, também economizar uns trocados – Telê fez fama de, digamos, economizador), cobrando e exigindo o máximo de seus comandados. Um grande exemplo é o lateral-direito Cafu, recordista de jogos pela seleção verde-amarela e discípulo do Mestre: “Eu não gostava de ser lateral, mas ele exigiu que eu me aperfeiçoasse. Foi um grande homem e um grande pai” (Folha de S. Paulo, 22/04/2006).

Passo a passo, Brasil e o Mundo se renderam ao trabalho do treinador perfeccionista. Em pouco tempo o globo tinha três cores e era de Telê. Em Tóquio, superando o grande Barcelona (por 2 a 1) dez anos depois da fatídica queda da Seleção Canarinho, Telê se consagrou campeão mundial.

Mas não parou por aí. Em 1993, levou o São Paulo à soberania na América vencendo a tríplice coroa continental: a Taça Libertadores, a Supercopa e a Recopa. No Japão, ao fim do ano, após bater outra esquadra europeia (o Milan, por 3 a 2), Telê entregou ao mundo uma obra prima, uma obra de arte bicampeã mundial!

Onze anos de saudades. Dez anos de saudosa reverência e admiração. Para sempre, Mestre Telê Santana!

Telê Santana

Técnico

1973 e 1990 - 1996
Nascimento: 26/07/1931
Falecimento: 21/04/2006
Títulos oficiais conquistados no SPFC: Campeão Mundial Interclubes 1992 e 1993; da Taça Libertadores da América 1992 e 1993, da Supercopa Sul-Americana de 1993; da Recopa Sul-Americana de 1993 e 1994, do Campeonato Brasileiro de 1991 e do Campeonato Paulista de 1991 e 1992.

CARREIRA PROFISSIONAL

Como jogador:


Fluminense, 1951-1960
Guarani, 1960-1962
Madureira, 1962
Vasco da Gama, 1962-1963
Como treinador:

Fluminense, 1969-1970
Atlético Mineiro, 1970-1972
São Paulo, 1973-1973
Atlético Mineiro, 1973-1975
Botafogo, 1976-1976
Grêmio, 1976-1978
Palmeiras, 1979-1980
Seleção Brasileira, 1980-1982
Al-Ahli, 1983-1985
Seleção Brasileira, 1985-1986
Atlético Mineiro, 1987-1988
Flamengo, 1988-1989
Fluminense, 1989-1989
Palmeiras, 1990-1990
São Paulo, 1990-1996

TÍTULOS OFICIAIS

Como jogador:


Campeão Carioca Juvenil de 1950 (Fluminense)
Campeão Carioca de 1951 e 1959 (Fluminense)
Campeão da Copa Rio de 1952 (Fluminense)
Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1957 e 1960 (Fluminense)
Como treinador:

Campeão Carioca Juvenil de 1967 (Fluminense)
Campeão Carioca Júnior de 1968 (Fluminense)
Campeão da Taça Guanabara de 1969 (Fluminense)
Campeão Carioca de 1969 (Fluminense)
Campeão Mineiro de 1970 (Atlético-MG)
Campeão Brasileiro de 1971 (Atlético-MG)
Campeão Gaúcho de 1977 (Grêmio)
Campeão Árabe de 1983 (Al-Ahli)
Campeão da Copa do Rei de 1984 (Al-Ahli)
Campeão da Copa do Golfo de 1985 (Al-Ahli)
Campeão Mineiro de 1988 (Atlético-MG)
Campeão da Taça Guanabara de 1989 (Flamengo)
Campeão Brasileiro de 1991 (São Paulo)
Campeão Paulista de 1991 (São Paulo)
Campeão da Copa Libertadores de 1992 (São Paulo)
Campeão Mundial de 1992 (São Paulo)
Campeão Paulista de 1992 (São Paulo)
Campeão da Copa Libertadores de 1993 (São Paulo)
Campeão da Recopa de 1993 (São Paulo)
Campeão da Supercopa de 1993 (São Paulo)
Campeão Mundial de 1993 (São Paulo)
Campeão da Recopa de 1994 (São Paulo)

PRÊMIOS

Belfort Duarte - por passar dez anos sem ser expulso em no mínimo 200 jogos nacionais ou internacionais
Técnico da Seleção da América - Jornal El País: 1992
Título de Cidadão Paulistano: 2003










































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