(Passagem pelo futebol turco: duas vezes eleito o melhor lateral direito do Campeonato da Turquia)

Em entrevista exclusiva o SPFC.Net, o lateral direito Cicinho, que recebeu a equipe na cidade onde está morando, São Luis de Montes Belos (GO), revelou que ainda mantém laços com o clube, mesmo após quase sete anos da sua última passagem pelo clube. No entanto, por respeito aos profissionais que estão no São Paulo, ele prefere manter uma distância.

"Às vezes falo com o Juca (Pacheco, assessor de imprensa) e com o Ricardo Sasaki (fisioterapeuta). Ele até me chamou para ir ao CT para fazer uma avaliação, mas eu até prefiro não ir agora para que não se especule. Fico com vergonha e podem achar que eu estou criando uma situação, pressionando, então prefiro deixar as coisas acontecerem naturalmente", disse o jogador, que admitiu contatos com o treinador Rogério Ceni, mas nenhum sobre um possível retorno. "Conversei com o Rogério quando ele me chamou para participar do jogo de despedida dele [N.E: Cicinho não foi liberado pelo Sivasspor (TUR)]. Amigos até falaram que o ele me chamou para fazer uma visita, mas não é hora para isso. Quando eu parar, certamente ele ainda estará como treinador do São Paulo e eu vou lá cumprimentá-lo e visitar o clube".

Mesmo não tendo encerrado a carreira, Cicinho confessou comportar-se como um verdadeiro torcedor quando o Tricolor está em campo. "Eu não consigo assistir aos jogos do São Paulo porque fico nervoso, dá vontade de estar lá dentro. Tenho essa saudade e prefiro estar trabalhando. Tenho possibilidade de ir para a Indonésia e para a Índia, mas não é o dinheiro o que me move, é a paixão. Eu tenho mais dois ou três nos de carreira, mas não jogaria em rival paulista nenhum do São Paulo. Não posso apagar o que eu fiz no São Paulo e não me vejo em outro clube".

Ainda que evite constrangimentos, o campeão da Libertadores e do Mundial de 2005 deixa claro que mais que um sonho, retornar ao São Paulo é um objetivo e até tem recusado acertar com outras equipes. "Não tenho como mensurar o tamanho do desejo de voltar ao São Paulo. É paixão, não tem como medir. Estou trabalhando para jogar futebol e tenho negado algumas propostas para poder estar a vontade para decidir após os estaduais. Se a gente achar que é fora do Brasil, iremos tranquilamente. Recebi sondagem da China, mas é longe e eu não quero".

Com 36 anos e sem jogar desde que deixou o futebol turco, onde foi eleito por duas vezes o melhor lateral-direito da competição, ele não considera que a idade seja um impeditivo para atuar em alto nível. "Tenho condições sim porque o futebol brasileiro evoluiu em questão tática. O lateral não tem mais que apoiar tanto. Em 2005, eu chegava umas 30 vezes à linha de fundo, mas sem tanta obrigação de marcar. Hoje você tem o atacante que faz esse trabalho. Os números dizem isso. Eu lesionei o ligamento cruzado do joelho esquerdo na Turquia, mas já faz um ano e já está 100%. Treino normal, faço pré-temporada. Nos últimos três anos de Turquia eu joguei praticamente todos os jogos. Fui o jogador que mais jogou no Sivasspor", afirmou.

De acordo com ele, longevidade n carreira só é possível porque hoje leva um estilo de ida saudável. "O futebol é preparo físico e eu me preparei para jogar futebol, meu corpo tem essa leitura. Olha o Zé Roberto jogando, e bem, com mais de 40 anos. Quando eu não tiver mais essa condição, aí eu penduro as chuteiras. Hoje minha alimentação é diferenciada. A conduta, o modo de vida, o sono, hoje eu me cuido. Por isso joguei em alto nível nos últimos quatro anos na Turquia e no Sport Recife, é porque eu me cuido", concluiu.

Você pode assistir, na íntegra, a entrevista exclusiva que Cicinho concedeu a Layla Reis: