(Foto: Rubens Chiri / Saopaulofc.net)

Marcos Teixeira

Foi um grande jogo. O melhor do São Paulo na temporada. Se nas últimas partidas contra grandes equipes o São Paulo apresentou falta de organização e ímpeto, neste, a atuação tricolor foi um primor. Rogério Ceni surpreendeu quando escalou o estrante Morato entre os titulares. Sufocou a saída de bola do Cruzeiro alucinadamente e merecia mais que apenas um gol de vantagem nos primeiros 45 minutos. Pratto, também mal nos últimos jogos, era um tormento à zaga celeste. Faltou Cueva entrar no jogo, mas não se pode cobrar muito de quem ficou quase um mês de fora e carece, justamente neste momento de decisões, de ritmo de jogo.

Depois de uma etapa inicial pífia, quando só conseguiu contra-atacar uma vez, quando De Arrascaeta ganhou com facilidade de Rodrigo Caio e Maicon, providencialmente, evitou o gol de empate, além de outra finalização com perigo. Era apenas o começo da noite infeliz do camisa 3 tricolor.

O Cruzeiro voltou disposto a prender mais a bola e esfriar os minutos iniciais que certamente seriam frenéticos. E conseguiu fazê-lo e, a exemplo do jogo de ida, achou o gol na falha lamentável de Rodrigo Caio, que errou completamente o tempo de bola em um lançamento despretensioso. Na cobrança, Thiago Neves contou com o desvio na barreira para empatar o jogo, que ficou morno até que, Gilberto, em posição duvidosa, recolocou o São Paulo na partida. Até o fim do jogo era o Tricolor buscando o gol de todas as formas e os de azul se defendendo como podiam. No fim, a vitória por 2 a 1 pode não ter sido suficiente para classificar a equipe, mas serviu para recuperar a confiança para a
semifinal contra o Corinthians.

Notas dos jogadores do São Paulo
Renan Ribeiro: Fez uma defesa impressionante no fim do jogo. Nota 6
Bruno: Sem Buffarini e Araruna, Bruno foi para o sacrifício e, depois de sete jogos fora, sentiu novamente o tornozelo, mas enquanto esteve em campo ajudou a sufocar o adversário e participou intensamente. Nota 6 (entrou Jucilei, que teve uma atuação de destaque. No fim, segurou sozinho a marcação quando o São Paulo buscava o terceiro gol, que não veio. Nota 6)
Maicon: Um gigante. Salvou um gol certo do Cruzeiro e jogou praticamente por dois. Nota 7
Rodrigo Caio: Uma partida lamentável. Errou quase tudo e falhou bisonhamente no lance que originou o gol do Cruzeiro. Nota 3
Junior Tavares: Outro jogo abaixo do que poderia jogar. Sente a sequência pesada de jogos. Nota 5
Wesley: Teve que quebrar o galho na lateral, quando Bruno sentiu a lesão. Fazia uma grande partida pelo meio. Nota 6
João Schmidt: Há muito tempo não jogava tão bem. Primeiro tempo primoroso. Segundo, abaixo. Nota 6
Cícero: Foi o maestro do primeiro tempo. Caiu de produção no segundo e foi substituído. Nota 6,5 (entrou Gilberto: o artilheiro do time no ano, com 11 gols, não pode ser reserva. Entrou e marcou o dele. Nota 7)
Cueva: Visivelmente fora de ritmo, destoou do restante do time e perdeu um gol incrível no primeiro tempo. Foi substituído no segundo. Nota 5. Deixou o campo para a entrada de Thomaz, que deu um novo gás ao time e se movimentou bem. Nota 6,5
Morato: O melhor do São Paulo. Se movimentou bem, abriu espaços para a movimentação de Lucas Pratto e, caso Cueva estivesse numa noite normal, poderia ter brilhado no Mineirão. Nota 8
Pratto : Grande partida do argentino, que, sem estar isolado no ataque, serviu de opção aos companheiros e jogou com inteligência. Deu um passe magistral de calcanhar para Cueva. Nota 7
Rogério Ceni: armou o São Paulo para sufocar a saída de bola do Cruzeiro, com Morato flutuando o campo de ataque todo. Fez sua melhor partida no comando do São Paulo, soube ler a partida e acertou em todas as substituições. Merecia ficar com a vaga. Nota 8