Por Marcos Teixeira
Cobertor curto. Assim podemos definir como tem sido o São Paulo nos últimos jogos e, contra o Defensa y Justicia, não foi diferente. Rogério Ceni tem tido dificuldade de ter a defesa e o ataque bem simultaneamente. Com o time bem desfalcado por causa das suspensões de Maicon, Lugano e Wesley, herdadas ainda da Libertadores de 2016, e as lesões. sobretudo de Cueva e Lucas Fernandes, as opções ficaram bastante reduzidas. Ainda assim, Rogério escalou o Tricolor com três zagueiros e a novidade: cinco jogadores no meio, sendo o quinto homem Wellington Nem, que era o enganche da equipe (ao menos no começo da partida). O problema é que os argentinos povoaram o meio e deixaram Breno sem função na primeira metade do primeiro tempo, situação que Ceni corrigiu quando avançou Rodrigo Caio para o meio, ficando um sistema semelhante ao que já vem atuando, com três volantes de três atacantes. E ninguém para fazer a bola chegar à frente.

O segundo tempo foi um show de horrores. Breno ficou no vestiário e Shaylon entrou para ser a ligação com o ataque, mas não conseguiu construir uma jogada sequer. Com Lucão e Rodrigo Caio em noite inspirada, a bola pouco não chegava ao gol de Denis, mas também os donos da casa é quem mandavam na partida. Rogério resolveu com a entrada de Junior Tavares no lugar de Chávez, que só fazia número em campo, e ganhou volume de jogo ao reter a bola no campo de ataque. Só que Buffarini, que já tinha um cartão amarelo por um carrinho sem propósito algum no início do jogo, repetiu a dose e foi expulso. Aí começou o show do trio Jucilei, Rodrigo Caio e Lucão, que jogaram por três cada um e evitaram maiores problemas e, de quebra, garantiram ao São Paulo o terceiro jogo seguido sem sofrer gols.

Notas:
Denis: era um espectador de luxo até o minuto 90, quando defendeu um chute cruzado de Kaprof. Nota 6
Breno: sobrou em campo (no pior sentido), já que não precisou cobrir Araruna. Sem ter a quem marcar, ficou no vestiário no intervalo. Nota 5 (Shaylon: entrou para armar e não conseguiu. Saiu quando Rogério teve que recompor o time após a expulsão de Buffarini. Nota 4,5; Wellington: recompôs o meio de campo e cumpriu seu papel. Nota 5)
Lucão: o melhor jogador do São Paulo. Ganhou todas por cima e por baixo. Nota 8
Rodrigo Caio: formou uma dupla afinadíssima com Lucão e, no primeiro tempo, anda atuou na cabeça-de-área. Nota 7,5
Araruna: partida segura, sem maiores sustos pela falta de um ataque mais efetivo do seu lado. Nota 5,5
Jucilei: um gigante. Fez o São Paulo não sentir a inferioridade numérica após a expulsão. Nota 7,5
João Schmidt: não se encontrou em campo. Nota 5,5
Wellington Nem: era para ser a ligação do meio para o ataque no primeiro tempo. Não foi e ainda perdeu duas chances claras. Nota 4,5
Buffarini: um desastre completo. Jogou no sacrifício, na lateral esquerda, mas não justifica os dois carrinhos desqualificantes que deu. Nota 2
Chávez: não acertou uma jogada sequer. Justiça seja feita, não recebeu um passe decente para isso. Nota 4 (Júnior Tavares: entrou bem na frente, mas teve que voltar à lateral após a expulsão de Buffarini. Nota 6,5
Pratto: não acertou uma jogada sequer. Justiça seja feita, não recebeu um passe decente para isso. Nota 4
Rogério Ceni: deveria parar de insistir com o trio de zagueiros. Escalou mal e usou todas as substituições para corrigir os equívocos. O campo seco e duro minou a troca de passes tricolor e ele não conseguiu resolver o problema. Para ser justo, teve que se virar com o que sobrou para escalar o time. Nota 4