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Opinião: Ceni ainda não está pronto para ser o treinador

Sem experiência como técnico, ex-jogador corre o risco de ver tudo que construiu como jogador ser deixado de lado pelo torcedor que não vê o time campeão há anos

Erros e mais erros. Fracassos acumulados. A diretoria do São Paulo já não sabe mais o que fazer para recolocar o time no caminho dos títulos. O último caneco importante foi conquistado em 2008 (o tricampeonato brasileiro) e, de lá para cá, só houve festa em 2012 na Copa Sul-Americana, competição de segundo escalão do continente. Para tentar acabar com essa maldição, a diretoria deve apostar no ídolo Rogério Ceni como treinador. Mas será que essa é a medida mais acertada?

Como jogador, foram 25 anos de carreira. Nesse período, o Mito construiu uma carreira que o transformou no maior atleta da história do São Paulo. Ninguém no clube ganhou mais títulos do que ele (18). Como atleta, é dono de vários recordes não só na equipe do Morumbi como no futebol brasileiro. Mas o que leva a diretoria em apostar nele?

Antes de falar na questão de campo, é preciso tratar do aspecto político. Em abril, o São Paulo terá eleição presidencial, e o atual mandatário, Carlos Augusto de Barros e Silva, é candidato da situação. Para ganhar a simpatia de conselheiros e, principalmente, acalmar torcedores, nada melhor do que ter o ex-camisa 1 como seu aliado. Os são-paulinos teriam paciência em dobro para que Ceni pudesse implantar sua filosofia de trabalho.

Agora, sempre que uma diretoria vai analisar a contratação de um treinador, é feito primeiro uma pesquisa sobre o perfil dos candidatos. E aí fica a questão: qual é o estilo do Ceni treinador? Gosta de trabalhar com a base? Quer medalhões no seu elenco? Qual esquema tático é o preferido? Impossível saber.

Além disso, é preciso entender que, com um ano de diferença, boa parte do elenco do São Paulo que conviveu com Ceni jogador passaria a se relacionar diariamente com o Ceni treinador. E isso é completamente diferente. Como seria esse dia a dia? A relação começará estremecida? Como se construirá um acordo de confiança entre as partes?

Ceni não tem experiência nenhuma como treinador. É bem verdade que ele tem estudado bastante e viajado para acompanhar como o trabalho é feito nos principais clubes do mundo. Mas fica a dúvida se isso é suficiente para iniciar o trabalho em um clube que começará 2017 bastante pressionado. Isso porque Santos e Palmeiras já estão garantidos na Libertadores, e o Corinthians ainda tem boas chances de estar na competição sul-americana. Enquanto isso, o São Paulo só terá o Campeonato Paulista e as fases iniciais da Copa do Brasil pela frente no primeiro semestre, além do início do Brasileirão.

Na segunda parte da relação entre São Paulo e Rogério Ceni, o São Paulo só tem a ganhar. Afinal, coloca uma peça identificada com o clube e que, se recolocar o time nos eixos, se tornará o maior nome da história tricolor. Só que, se fracassar, boa parte do torcedor que sempre o aplaudiu como jogador vai esquecer o passado e enxotá-lo do Morumbi. Como aconteceu, por exemplo, com Paulo Roberto Falcão, no Internacional. Torcedor, no Brasil, tem memória curta. O que você fez no passado não serve no presente.

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