Último título relevante do São Paulo foi o brasileiro de 2008. Depois disso, Ricardo Gomes assumiu e com uns pauzinhos mexidos ali e outros aqui, não ganhamos por pouco o mesmo campeonato em 2009.

Foi dada a largada para o fim da Soberania e o início da piada.

De 2009 em diante desandamos. Perdemos a mão, caímos no golpe da vaidade, dos interesses, das trocas de cargos por favores, da omissão em negócios não explicados que talvez nunca virão a público. Da hipocrisia, falta de hombridade, do fim das conversas olho a olho, das mentiras. Enfim, da desunião.

O São Paulo se transformou em uma fábrica de panelinhas e grupos. Panelinhas de jogadores, grupos rachados políticos, intrigas de menininha, assuntos pequenos transformando-se em grandes desafetos. E tudo isso entrelaçando dentro e fora de campo. A má fase política atrapalha o futebol e a má fase do futebol atrapalha na política.

Aí venho eu aqui com meus botões pensando.

De 2009 pra cá trocamos de técnico mais de 10 vezes, trocamos de auxiliar técnico (ouvia dizer que o problema era o Milton Cruz, e agora?), de comissão técnica, de preparadores físicos, de elenco (completo) várias vezes, trocamos de liderança ( havia quem dissesse que o problema era Rogério Ceni), de diretor de futebol, de Vice Presidente de futebol, de Diretor Executivo de futebol, de Vice Presidente geral e de presidente.

E mesmo assim caímos nas mesmas falhas há 7 anos. Repito, SETE anos que: elenco SEMPRE desanimado apesar do salário em dia. Grupo apático, sem amor à camisa, sem honra ao clube, sem respeito à torcida. Vivem desmotivados, quase depressivos e trabalham em ambiente conturbado entre eles. Não há felicidade em jogar bola no SPFC e ninguém explica o por quê!

Todos os elencos foram assim. O plantel de 2011, repetiu-se em 2012 - com leve alavancada pela presença do Lucas - e vimos o mesmo em 2013, pensamos que melhoraríamos em 2014 com pura ilusão, culpamos o ex-presidente renunciado em 2015 com esperança de tempos melhores em 2016 e agora estamos eliminados de todas as competições e lutando contra o Z4 sem esperança alguma para 2017.

Quem está fora do São Paulo joga bem, chega aqui e desanima, entra em seca e má fase, sai expulso pela torcida e com a carreira em baixa. Vão para outros times e se reencontram. Aqui virou o castigo dos jogadores. Ninguém progride no SPFC, apenas o contrário.

Temos a cultura de apontarmos um culpado por nossas crises. Era Juvenal, depois Aidar, então foi o Gustavo. Todos saíram. E agora quem é?

Ricardo Gomes pode escalar mal, substituir mal, não tem o nível técnico que precisávamos agora. A ascendência do Botafogo nos comprova isso mas tem a parcela de culpa menor do que a apontada a ele.

Voltemos nossos olhares ao CT. Dê um passo atrás e enxergue o SPFC de forma geral para analisar o quadro: Se nos últimos anos já mudamos quase tudo, o que nos resta trocar ? O que falta mudar ?

Não estou apontando nada. Estou propondo o debate. Se desmontarmos esse elenco e montarmos outro, trouxermos Muricy, um técnico renomado estrangeiro ou seja lá quem for, acontecerá o mesmo porque estamos repetindo isso há sete malditos anos.

São sete anos de crise, vergonha e derrota. E se não solucionarmos o "algo a mais" que não aparece na frente das câmeras a tendência é piorar. Piorar significa série b. Se não vence do Juventude da série C, meu amigo, não imagino o que acontecerá na segunda divisão conosco.

Essa é a hora de pensar pra valer: o que realmente nos falta mudar nesses anos ? Quais as peças nunca foram remanejadas, o que causa tanto mau estar no CT ? Por que todos os jogadores se desanimam aqui? O que derruba a união do clube?

É preciso pensar sem abandonar. Sábado estaremos lá. Todos nós! Mas precisamos ir além.

Layla Reis