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Casemiro sentou!

É Gattuso? É Pirlo? É Seedorf? Não, é só o Casemiro


Um representante do Milan esteve no Brasil observando jogadores. Entre outras posições, buscava um volante. Viu alguns jogos de Casemiro e o relatório que mandou ao time italiano era preocupante para quem sonha com uma carreira internacional. Disse que o jogador do São Paulo não tinha pegada suficiente para ser o principal protetor da defesa, aquele que rouba muitas bolas, analisou que não tem técnica e velocidade suficientes para ser o responsável pela saída de bola desde atrás e nem para jogar mais a frente, atacando o gol adversário ou marcando a saída se bola do rival. Elogiou a presença nas jogadas aéreas, com boa cabeçada. Em resumo, Casemiro não é Gattuso, não é Pirlo e não é Seedorf.

Casemiro é vítima do modo como os jovens jogadores são tratados no Brasil. Nas categorias de base e em suas temporadas iniciais no elenco profissional. Na base do São Paulo, nunca houve dúvida de que ele era segundo volante. Foi nessa posição, fazendo o meio-campo com Zé Vitor, Jefferson e Marcelinho (Lucas) que se destacou na Copa São Paulo de 2010. Foi campeão. Mas, além de ser visto como segundo volante, ele era visto também como o maior segundo volante de todos os tempos a partir do ano seguinte. Elogios para ele eram mais comuns do que estrelas no céu.

Os defeitos não foram corrigidos. Mas, quais defeitos, se o rapaz era um gênio? Chegou ao time de cima, com Zé Vitor e Lucas. Jefferson não teve seu contrato renovado e está no Botafogo-RJ. Zé Vitor não se firmou e está jogando na Eslováquia. Lucas e Casemiro brilharam no sul-americano sub-20. Foi então que apareceu outro lado de Casemiro. Disse que havia feito muito pelo São Paulo e que merecia um grande aumento. Na Granja Comary, disse a um repórter que a oferta que estava recebendo era uma mixaria pois carregava o time nas costas. Na verdade, Casemiro havia jogado muito mais na seleção do que no São Paulo.

Conseguiu um bom aumento e não pode ser criticado por isso. Todo trabalhador tem direito a negociar com o patrão.

Mas o futebol começou a cair. Todas as indefinições detectadas pelo observador do Milan apareceram e.... ninguém fez nada. Carpegiani, Adílson Batista e Leão (esse ainda tem a desculpa do imediatismo em que é obrigado a trabalhar, com os resultados tendo que aparecer sim ou sim) alguma vez pensaram em ter uma reunião de emergência para descobrir o que estava se passando? Alguém lhe deu treinos específicos como Telê cansou de fazer com Cafu? Descobriram qual era a posição correta dele? A diretoria fez algo parecido, mesmo quando começou a ver seu futuro craque sendo cada vez mais contestado?

Além da indefinição tática, Casemiro tem outro problema grave. É a atitude dentro de campo e também em relação ao seu futuro. Ele é do tipo que acredita muito mais em talento do que em suor. Um talento que, se realmente tem, está escondendo muito bem. Joga parado em campo, sem muita velocidade, buscando sempre um toque a mais. Sua participação no jogo contra o Atlético-PR, além de tudo, mostrou uma falta de entendimento do que estava se passando. Dele e de quem cuida de sua carreira.

Casemiro não percebeu - e ninguém lhe disse - que estava em baixa com a torcida. Quem o chamava de Falcãosemiro agora o apelidava de Casemarra. Estava em baixa com o treinador. Estava fora do time. Então, era hora de entrar e mostrar raça. Vontade. Dar carrinhos. Vibrar em busca da vitória que poderia garantir mais na frente a classificação para a Libertadores. E facilitar sua saída para a Europa, que é o que todo jogador jovem sonha, mesmo antes da estreia.

Ele não fez nada disso. Tentou três cavadinhas e errou todas. Tentou um passe de calcanhar e a bola bateu no outro pé. Foi substituído. A um amigo, Casemiro disse que não aceita ser chamado de mascarado e que ele é apenas mais um jogador que está jogando mal como todos. Não pode pagar por tudo.

A diretoria precisa agir. Descobrir o que se passa com Casemiro, se realmente quiser lucrar com ele. Ou tê-lo como destaque do time. Hoje, ao contrário da fábula do dinamarquês Hans Cristian Andersen, ele é apenas um lindo cisne que está se transformando em mico.

http://trivela.uol.com.br/blog/menon/e-gattuso-e-pirlo-e-seedorf-nao-e-so-o-casemiro/


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