Hoje eu vi algo diferente no futebol. Acostumado a problemas e crises, muitos pernas de pau travestidos de jogadores na maior marra,conversei com o futuro.
Verdade pura, falei e estive de frente com o futuro. Meninos de quatorze anos, todos jogadores de futebol. Uns oito meninos. Todos das categorias de base do tricolor, vindos de cidades diferentes. Cada um com um sonho na cabeça, aliás, o mesmo sonho. Jogar no São Paulo.
O detalhe é o seguinte. Lá, em Cotia, no Centro de Treinamento, tem campos de futebol, vestiários, salas de musculação, departamento medico, refeitórios, um hotel, alojamentos, e um estádio de futebol para que os meninos se acostumem com o torcedor. Perfeito. Os alojamentos tem quartos com duas camas, banheiro e dois computadores em duas escrivaninhas, um para cada garoto. Um show.
Jogar bola, no entanto não é a única prioridade por lá. O São Paulo não abre mão de formar homens. Por isso quem não for bem na escola, corre o risco de ser dispensado.
Agora, quem for excelente na escola tem bônus, prêmio. E o premio de um menino com sonho na cabeça de jogar no São Paulo não é conhecer o Morumbi. É entrar no CT, passear pelos campos onde o time principal treina. É sonhar ter um quarto onde dormem Rogério Ceni, Rivaldo, olhar de perto Rivaldo, Ceni, Luiz Fabiano. Isso é sonho.
Almoçar do refeitório dos jogadores de cima. Isso é sonho. E este sonho é para os que jogam, mas exclusivamente para os que vão bem na escola.
O São Paulo está certo. Planeja o futuro.Eu estive na cara do futuro, conversando com jogadores que provavelmente não vou entrevistar quando se tornarem adultos. Já terei parado. Na base, o São Paulo da Show.
