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Birner: Ganso é arrogante dentro de campo. Precisa mudar de atitude

Ganso é arrogante dentro de campo. Precisa mudar de atitude


De Vitor Birner

Vários leitores têm me questionado por causa das minhas opiniões sobre as atuações de Ganso.

Reclamam das críticas e argumentam que Ney Franco não dá ao meia chances de ser titular.

Minha memória é ruim, porém noto que tem bastante gente com dificuldades maiores que as minhas na hora de lembrar das coisas.

O treinador são-paulino começou a temporada com Ganso entre os titulares.

Ele atuou mal na estreia do paulistinha, a equipe cresceu quando saiu de campo, e Aloísio foi escalado diante do Bolívar.

Depois, nas partidas com a equipe reserva, nunca chegou sequer perto de ser o destaque dela.

Ganhou outra chance de ouro entre os titulares no clássico diante do Peixe.

Ney Franco queria mexer com os brios do atleta que vinha constantemente sendo xingado por vários santistas.

Mesmo assim, Ganso não mostrou garra e vontade de dar a resposta com a bola rolando.

Novamente atuou mal e se esforçou pouco para superar o momento ruim.

Ontem, contra o Galo, o treinador o colocou quando o São Paulo pressionava.

Posicionou o jogador exatamente na função que mais gosta e numa formação ofensiva, extremamente favorável ao estilo dele.

Tinha dois atacantes pelos lados, laterais avançando e ajuda de um dos volantes na criação, o que obrigava o Galo a se desdobrar para marcar.

De novo Ganso nada fez.

Problemas físicos e técnicos são compreensíveis. Não critico o meia por conta disso.

Acho inadmissível a postura arrogante dele dentro de campo.

Não estou dizendo que ele é pedante, pois sequer o conheço. Falo da forma como se comporta na hora da partida de futebol.

A atitude dele no segundo gol atleticano, quando deixou Ronaldinho passar, tem uma mensagem implícita e óbvia para quem conhece o futebol.

Em silêncio, ele praticamente disse: ‘Wellington, se vira, pois não é problema meu’.

Tenho certeza que a postura de indiferença incomoda alguns atletas são-paulinos.

Ganso parece pensar que não precisa provar nada a ninguém. Passa impressão de ser um jogador de 35 anos consagrado pelos seus feitos ao longo da carreira.

Quem se comporta assim (não marca, não corre e sempre busca o lance de efeito), tem obrigação de resolver 8 jogos em cada 10 que disputa e atuar em alto nível nos momentos mais importantes.

Nenhum dos craques mundiais faz isso.

Messi, o melhor de todos, ajuda na marcação e é extremamente humilde em campo.

Ganso parece acreditar que está acima das circunstâncias. Acima do seu desempenho ruim, da camisa do time que veste, das necessidades coletivas do time…

Assim, não transformará seu potencial de craque, de gênio, em realizações.

Como todos os profissionais de qualquer mercado de trabalho, necessita refletir a respeito do que está fazendo de errado e corrigir as falhas para evoluir.

Não adianta culpar as circunstâncias, se achar injustiçado ou azarado.

Ontem, por exemplo, foi agraciado com a sorte no único grande erro defensivo atleticano.

Poderia se consagrar empatando o jogo nos acréscimos.

Falhou por pouco no chute em gol e o São Paulo saiu derrotado de campo.

O erro no arremate é um detalhe sem importância na situação.

O fato de não se incomodar com a derrota e talvez até de achar que nada teve a ver com ela são, sem dúvida, os problemas graves.

Espero que ele mude a forma de agir durante os jogos, de se comportar dentro de campo, pois depende apenas dele o sucesso.

Ganso nasceu para ser craque, gênio do futebol, encantar as torcidas e entrar de forma gloriosa na história.

Resta saber se pretende fazer os sacrifícios necessários para chegar até onde pode.

A resposta de tal dúvida, apenas ele tem.


De Vitor Birner


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